20 out, 2022 - 16:40
O secretário de Estado do Desporto confirma que há um inquérito aberto sobre a polémica entre o presidente da Federação de Judo e alguns atletas olímpicos. João Paulo Correia adianta que há denúncias que, em última instância, até podem implicar perda de mandato.
“Relembro que decorre um inquérito, que foi determinado pelo IPDJ, face a um conjunto de acusações. Algumas dessas acusações – se forem provadas – podem vir a violar a norma que determina a perda de mandato”, disse João Paulo Correia.
O governante reforça: “Estamos a fazer todo o processo de inquirição, para que o direito ao contraditório seja exercido por parte do presidente da Federação de Judo para que depois, com a informação toda em cima da mesa, possa ser tomada a decisão, se houver lugar a ela”.
Após o Conselho de Ministros desta quinta-feira, Correia contou como está a decorrer o processo.
“O Comité Olímpico questionou a Federação Portuguesa de Judo sobre as duas principais acusações que são feitas pelo grupo de atletas: a primeira sobre um alegado escamoteamento da informação sobre a despesa que a federação destina a cada atleta no projeto olímpico e uma segunda acusação de que houve uma decisão unilateral por parte da federação de cortar o financiamento a dois atletas do projeto olímpico até final do ano”, refere.
Posto isto, “essas respostas, certamente, chegarão ao IPDJ e aí, em função das respostas, o IPDJ terá de tomar decisões”.
No verão, atletas como Telma Monteiro, Catarina Costa, Patrícia Sampaio, Rochele Nunes, Bárbara Timo, Anri Egutidze e Rodrigo Lopes escreveram uma carta, na qual acusavam o presidente da federação de opressão, discriminação e ameaças, lamentando o “clima insustentável e tóxico”.
O dirigente federativo contrapôs, dizendo que os atletas têm direitos e deveres e não podem “denegrir a imagem das pessoas”, recusando novamente as acusações que lhe foram feitas na carta aberta e lembrando que em relação às verbas do projeto olímpico “não existe dinheiro para tudo”.
Mais recentemente, a selecionadora Ana Hormigo, que se solidarizou com os atletas, foi demitida por email, em vésperas de uma competição que conta para o apuramento olímpico.