20 mar, 2024 - 14:14 • Lusa
A Rússia qualificou como "ilegais, injustas e inaceitáveis", esta quarta-feira, as decisões do Comité Olímpico Internacional (COI), que obrigou os atletas russos e bielorrussos a competir sob bandeira neutra em Paris2024 e proibiu a participação na cerimónia de abertura.
"As decisões do COI são ilegais, injustas e inaceitáveis. Estamos escandalizados com as condições discriminatórias sem precedentes impostas pelo Comité Olímpico Internacional aos atletas russos", afirmou a representante oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Federação Russa, Maria Zakharova.
A reação surge um dia após o COI ter anunciado que os atletas russos e bielorrussos não poderiam participar na cerimónia de abertura, em pleno rio Sena, na capital francesa, a 26 de julho, data de início dos Jogos Olímpicos, que se prolongam até 11 de agosto.
O organismo olímpico justificou a decisão com facto de os atletas competirem a "título individual", em consequência das sanções impostas aos dois países, motivada pela guerra na Ucrânia, que foi invadida pela Rússia a 24 de fevereiro de 2022, com apoio da Bielorrússia.
"Estas decisões demonstram até que ponto o COI se afastou dos seus princípios e se inclina perante o racismo e neonazismo", insistiu Maria Zakharova, em referência a um dos argumentos utilizados pelo Presidente russo, Vladimir Putin, para justificar a invasão da Ucrânia.
O representante da diplomacia russa lamentava as críticas feitas na terça-feira aos Jogos da Amizade, competição criada pela Rússia como alternativa aos Jogos Olímpicos, considerada pelo COI uma "tentativa cínica de politizar o desporto".
O organismo reafirmou a "forte posição contra a politização do desporto" e instou todos os membros do Movimento Olímpico e todos os governos a boicotarem os Jogos da Amizade, que, de acordo com o COI, constitui "uma flagrante violação da Carta Olímpica".
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, reforçou as palavras de Maria Zakharova, acusando de o COI de tentar "intimidar os atletas russos", o que "mina completamente a autoridade" do organismo internacional.