Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Judo

Telma Monteiro e os Jogos Olímpicos. “Era possível"

03 jul, 2024 - 23:00

“Ficar a um lugar de ir ao Jogos Olímpicos depois de tudo o que aconteceu, depois de todo o esforço é muito duro. Não parece real”, escreveu a judoca.

A+ / A-

A judoca Telma Monteiro está fora dos seus sextos Jogos Olímpicos e deixou, esta quarta-feira, uma mensagem nas redes sociais.

A atleta do Benfica lamenta ter ficado fora de Paris por um lugar, isto depois de ter recuperado de uma lesão em tempo recorde.

“Este ciclo não termina como os últimos 5. Foram 5 ciclos Olímpicos, 5 Qualificações Olímpicas. Tudo parecia indicar que seriam os 6°s, e assim história”, começa por escrever.

“Quando em novembro fui operada ao LCA, lateral interno, meniscos,99.9% das pessoas achou que não voltaria para terminar a qualificação olímpica. Talvez nem voltasse a tempo de Paris 2024, se fosse esse o caso. Não sei quantas vezes ouvi isto. Isolei-me, foquei-me em trabalhar e estar perto de quem me desse energia positiva. A verdade é que contra todas as expectativas voltei, 5 meses depois”.

A atleta lembra: “Faltava um mês para terminar a qualificação quando regressei à competição. Tinha pela frente 4 provas seguidas. Nem em forma faço esse planeamento, mas não havia outra opção. Sabia que ia agarrar com tudo, todas as oportunidades que tinha! O risco de voltar a rasgar o joelho era na teoria quase 100%. Mas se havia 0,1% de dar certo eu ia tentar, contra todos os prognósticos. Arriscar a minha "saúde" foi uma decisão consciente. Senti medo? Já vos disse noutra altura, sim, muito! E se rasgasse? A dor, o fim da qualificação. era um filme de terror que queria passar na minha cabeça e que tinha de constantemente colocar em pausar para poder lutar”.

“Consegui um 7° lugar no Europeu, praticamente sem preparação especifica nenhuma. E seguiram-se mais 2 Grand Slam e o Mundial, tudo seguido. O corpo foi ficando cansado, a cabeça queria, mas o corpo com falta de preparação não conseguia corresponder. Tantas emoções, um aperto no peito, muitas lágrimas, mas a exigência de ter que manter o foco semana após semana tinha de ser maior. Foi frustrante, duro em todos os aspetos.

“Mesmo assim depois de tudo, ainda arranjei forças para ganhar um Open, só pela possibilidade de subir no ranking e ficar na posição de repescagem mais alta. Não me garantia nada, não, ou talvez sim. Paz. A paz interior de ter feito tudo o que estava ao meu alcance, possível e em teoria impossível!”

Telma Monteiro não tem dúvidas: “Ficar a um lugar de ir ao Jogos Olímpicos depois de tudo o que aconteceu, depois de todo o esforço é muito duro. Não parece real”.

“Mas estar triste não me impede de estar ao mesmo tempo grata e sentir um profundo orgulho em tudo o que fiz, como fiz. E isso estende-se a todos os que me ajudaram e embarcaram nesta tarefa "impossível". Fizemos o impensável. Obrigada por terem tentado comigo. Não terminou como um conto de fadas, mas foi sem dúvida um percurso daqueles como nos filmes dos super-heróis”.

Os Jogos Olímpicos vão decorrer em Paris entre 26 de julho e 11 de agosto.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+