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"É o primeiro a chegar e o último a sair”: treinador de Borges sublinha “constante evolução” deste “exemplo para os mais jovens”

22 jul, 2024 - 15:15 • Pedro Castro Alves

Rui Machado, treinador do número um do ténis nacional, afirma que “não há limites” para o que Nuno Borges pode conquistar na carreira, a começar já pelos Jogos Olímpicos de Paris.

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Em Portugal a preparar a participação nos Jogos Olímpicos, Rui Machado assistiu à distância à final do torneio de Bastad, onde Nuno Borges se tornou no segundo português de sempre a conquistar um torneio ATP, depois de bater o 'rei da terra batida' Rafael Nadal, na Suécia.

“O Nuno já nos habituou a ser um grande competidor. Dá uma grande confiança à equipa técnica e aos treinadores”, diz o técnico, a Bola Branca. Razão pela qual o treinador principal ficou em Portugal a preparar o futuro do atleta, que esteve acompanhado por outros elementos da equipa técnica.

Antes de Borges, só João Sousa, que se retirou este ano, havia conseguido conquistar uma prova deste nível. Para o treinador do tenista da Maia, esta vitória é o culminar de anos de trabalho em conjunto e não surpreende.

“É uma grande vitória, mais um momento alto do ténis português e muito merecido, pelo trabalho diário do Nuno, pelo seu compromisso com tudo o implica ser tenista profissional, que não é pouco. Tem compromisso gigante, está sempre totalmente disponível para o que for preciso, é o primeiro a chegar e o último a sair. Isso depois faz a diferença, como fez e por isso é muito merecido”, afirma.

Nuno Borges conquistou o primeiro torneio ATP da carreira naquela foi também a primeira final e até as primeiras meias-finais.

Esta semana representa um salto a nível de resultados, mas não de qualidade, até porque a preparação não mudou. Rui Machado sublinha que os sinais já tinham sido dados nos resultados alcançados esta época.

“É uma constante evolução. Não há nada que tenha mudado de um dia para o outro, é uma evolução diária. Ele já tinha alcançado alguns resultados relevantes, no Open da Austrália, este ano, ao chegar aos oitavos de final e também oitavos de final no Masters 1000 de Roma. Nos ATP 250 ainda não se tinha proporcionado, mas na verdade isto não é quando se quer, é quando se consegue e o Nuno aplica na perfeição esta frase, porque quando é possível está lá preparado para aproveitar as oportunidades, como foi o caso agora”, explica.

Em entrevista à Renascença, Rui Machado traça já as linhas para o futuro de Nuno Borges. O treinador vaticina pés assentes na terra, sempre com o objetivo de alcançar ainda mais e sem impor limites ao atleta de 27 anos.

“Aquilo que parecia difícil há uns tempos, hoje é uma realidade, portanto, acho que o objetivo é continuar igual. Com os pés assentes na terra, a trabalhar diariamente, a tentar melhorar. Acho que ele está na melhor fase da carreira, mas ninguém nos diz que este é o limite. Se for possível ganhar torneios maiores, cá estaremos para aproveitar e o Nuno é muito bom a aproveitar as oportunidades que lhe surgem”, diz.

Depois de Sousa, chega Borges. “Um exemplo”

O destino traz-nos coincidências engraçadas. No ano em que o melhor tenista português de sempre, João Sousa, se retira, o novo número um nacional conquista o primeiro título ATP da carreira. São agora os dois únicos a conseguir tal feito (embora o vimaranense o tenha conseguido por quatro vezes).

Para o treinador Rui Machado, este continuidade que Borges dá ao legado de Sousa “é muito importante para o ténis português”. Mostra ao mundo e aos jovens que o ténis português “está bem vivo”.

“É muito importante, mais ainda porque o Nuno treina em Portugal, tem treinadores portugueses e isso faz acreditar que é possível ser tenista profissional em Portugal. É mostrar que o ténis português está vivo ao mais alto nível, não esquecendo que temos jovens jogadores que estão a subir muito no ranking e que podem olhar para o Nuno como exemplo de trabalho. Acho que temos um futuro promissor”, prevê.

Próximo destino: Paris

Depois da conquista em Bastad, Nuno Borges nem terá tempo para desfazer a mala. O tenista português vai seguir para França, para participar nos Jogos Olímpicos de Paris.

Dois mil e vinte e quatro tem sido um ano de sonho para Nuno Borges: foi o primeiro português a chegar aos oitavos de final de um grand slam, no Open da Austrália, o segundo a conquistar um torneio ATP e o terceiro a qualificar-se para a quarta eliminatória de um Masters, em Roma.

Rui Machado explica que Paris será “um torneio diferente, onde toda a gente quer estar a jogar bem, onde toda a gente quer participar e está muito motivada para representar o seu país”, e o atleta da Maia não será excepção.

“Sabemos que vai ser um torneio muito difícil, mas o Nuno vai chegar bem preparado, com confiança e o objetivo é o mesmo de todos os torneios: tentar o máximo e superar os desafios. O Nuno vai estar mentalmente preparado”, conclui.

Nuno Borges vai competir no torneio olímpico tanto em singulares como em pares, onde fará dupla com Francisco Cabral.

Com a conquista do torneiro de Bastad, o tenista natural da Maia alcança também o melhor ranking da carreira, subindo à posição 42 da tabela ATP.

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