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Jogos Olímpicos

​Ucrânia faz “lobby” em Paris com ajuda portuguesa: “Há muitas histórias para contar"

06 ago, 2024 - 13:05 • Rui Viegas

Equipa lusa dirige toda a comunicação da Casa da Ucrânia na cidade luz, durante os Jogos Olímpicos, um espaço residual onde o Governo de Kiev pretende manter acesa a chama mediática da sua causa.

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Há uma equipa de assessoria portuguesa responsável por toda a comunicação da Casa da Ucrânia em Paris, um espaço do Ministério do Desporto ucraniano que visa manter vivo o mediatismo em redor do país no atual contexto de guerra com a Rússia.

E isto, claro, à ‘boleia’ da presença da imprensa global na capital francesa.

“Estamos a trabalhar diretamente com o governo ucraniano, para que se saiba das histórias que os ucranianos querem contar durante estes Jogos Olímpicos”, explica o jornalista Pedro Pinto, que dirige uma equipa de profissionais portugueses a quem o executivo de Kiev ‘chegou’ (e contratou) em face da ligação que já existia com outros ‘clientes’, como o clube Shakhtar Donetsk.


E continua: “É uma oportunidade para conectar com outros países e outros meios de informação internacionais, para posicionar a Ucrânia como um país de sucesso desportivo, tendo em conta os desafios que tem de ultrapassar atualmente”.

Nestas declarações à Renascença na capital francesa, Pinto revela que “há muitas histórias para contar, de desafios ultrapassados e de superação” dos atletas ucranianos. Para o efeito, têm vindo a mostrar-se no ‘Parc La Villette’ diversas personagens do passado e do presente do desporto daquele país de leste, além de vários governantes e personalidades.

De ex-futebolistas internacionais como Andriy Shevchenko, Júnior Moraes ou Oleksandr Zinchenko, passando por campeões olímpicos como o pugilista Oleksandr Usuk. São todos convidados a dar o seu testemunho, presencial ou de forma virtual, e a ajudar assim para que as atenções do mundo permaneçam voltadas para causa.

“Temos palestras, mas também exposições e outros eventos de divulgação e promoção”, revela o português.

Uma das últimas atletas que passou pelo espaço como oradora foi a esgrimista Olga Kharlan, a primeira medalhada ucraniana em Paris, que recordou o percurso até a estes Jogos de 2024, no qual se recusou a cumprimentar uma atleta russa, e dedicou o bronze obtido aos compatriotas mortos no conflito em curso.

“É para as pessoas na Ucrânia, é para os militares, é para os atletas que não puderam vir aqui porque foram mortos pela Rússia”, disse Kharlan, cujas conquistas e ativismo fizeram dela um ícone. “Vocês não têm ideia de como é difícil a preparação, estar confiante e estar focado na competição quando a nossa casa está sob ataque todos os dias. É realmente difícil. Estamos a mostrar a todos que podemos lutar. Nós não desistimos e eu mostrei isso, de alguma forma.”

Em julho de 2023, nos Mundiais de esgrima, a ucraniana foi desqualificada por se ter recusado a apertar a mão da russa Anna Smirnova, depois de a ter derrotado, perdendo ainda pontos importantes na luta pela qualificação olímpica.

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