13 ago, 2024 - 10:50 • Redação
Acabam os Jogos Olímpicos de 2024, preparam-se os de 2028. Depois da vitória dos Estados Unidos da América, Los Angeles é a próxima cidade anfitriã do evento e os países começam-se a preparar antecipadamente para as qualificações. Dentro das modalidades olimpicas já conhecidas, há cinco novidades - três regressos e duas estreias - que prometem brilhar em solo norte-americano: flag football, squash, lacrosse, baseball/softball e criquete. Conhece como funcionam estas modalidades?
Esta novidade é uma variante do futebol americano. Mas, se está à espera de ver cabeças contra cabeças, placagens a toda a hora e uma dúzia de jogadores amontoados, não vai acontecer. Esta é uma modalidade sem contacto e a única forma de parar as jogadas sem tocar na bola é arrancar uma bandeirinha do adversário. Parece confuso, mas na verdade é uma modalidade mais simples.
O campo é mais curto e o número de jogadores também - cinco em campo. Tem um tempo total de 40 minutos, 20 em cada parte, e uma jogada geralmente não passa dos 60 segundos.
Há um limite de oito downs (passagem da bola) por equipa em cada jogada - quatro até ao meio campo, outros quatro até à zona de endgame - que, quando mal executado, resulta no recomeço da partida e passagem de posse de bola aos adversários. As únicas formas de travar os atacantes é defender a bola no meio de um down ou arrancar uma das três bandeirinhas.
O que são estas bandeirinhas? Os jogadores têm três fitas presas à cintura e, cada vez que um jogador corre para a endgame com a bola na mão, o adversário deve arrancar uma dessas fitas para parar a jogada e, assim, trocar a direção de ataque. Cada jogada de ataque bem-sucedida vale seis pontos e ainda existem os pontos safety - quando uma equipa comete uma penalidade, geralmente dentro da 'endgame', os adversários são 'premiados' com dois pontos extra.
Com a entrada desta modalidade no comité olímpico, nasceu a oportunidade de criar oficialmente uma seleção nacional de flag football em Portugal. A modalidade já não é novidade em solo português e estima-se que existam atualmente cerca de 200 praticantes amadores, masculinos e femininos. Em 2024, realizou-se a Lousada Flag Bowl 2024, uma competição entre cinco equipas europeias.
Parece que à quarta é de vez. Na década passada tentou-se, em todas as edições, incluir o squash como modalidade olímpica, mas as oportunidades foram caindo por terra. Contudo, 2028 é o ano do volte-face e este entra como uma das novidades olímpicas.
O nome pode remeter para um desporto aquático, mas não é. Imagine-se um campo de padel, mas reduzido à metade, onde dois adversários jogam do mesmo lado divididos em dois campos e contam com um 'terceiro elemento': a parede frontal. Existem ainda linhas e espaços com a sua devida função, tanto na parede como no campo.
A partida começa com cada jogador no seu quadrado e a bola deve ser atirada entre a linha de serviço (intermédia) e a linha superior. Na parede, ainda há a linha de tin (inferior) que determina o limite máximo até onde a bola pode bater. Se a bola tocar no chão mais que uma vez, termina a jogada e o adversário recebe um ponto. Vence a partida quem chegar primeiro aos 11 pontos e ganha quem, no total de cinco jogos, vencer três vezes.
Esta é uma modalidade britânica, mas já conta com raízes profundas em Portugal. Em 2000, fundou-se a Federação Nacional de Squash, que conta com mais de 300 atletas federados e, em 2028, vai fazer a sua estreia nos Jogos Olímpicos em Los Angeles, um sonho da federação que se tornou realidade.
São duas modalidades distintas, mas tão semelhantes que podem ser facilmente confundíveis. As diferenças prendem-se a pormenores muito pequenos, tal como o tamanho do taco, diferenças de uns metros nas medidas do campo ou o tamanho/densidade da bola. Mas a base de jogo mantem-se a mesma e relaciona-se: tudo se decide com a velocidade.
O relvado apresenta um formato de diamante que se separa em dois espaços: infield (dentro do diamante) e outfield (fora do diamante). Conta com nove jogadores de cada equipa, cada um com a sua função - seis dentro do 'diamante' e três fora. O objetivo principal passa por um atacante percorrer as quatro bases e, se tal acontecer, a equipa vence um ponto. Quando a bola é lançada, os jogadores dentro do outfield lançam a bola entre si e evitam ser eliminados. Ao terceiro jogador eliminado, a jogada termina e as equipas rocam de posições.
Cada jogo dura em média três horas e o jogo termina quando se completam nove períodos de tempo - originalmente intitulado de "entradas" -, nos quais cada equipa tem oportunidade em cada um de atacar e defender. A equipa com maior número de runs - quando um jogador completa a corrida pelas quatro bases - vence.
O softball destaca-se por ser uma modalidade essencialmente feminina e o baseball masculino. Esta é a terceira vez que as modalidades são inseridas novamente no comité olímpico, depois de serem afastadas em 2008 e 2024, e Portugal prepara-se para esta novidade olímpica.
Considerado um primo do beisebol, esta modalidade é talvez a que conta com mais horas de partida de sempre - cerca de oito horas em média, com pausas para refeições. O objetivo dos dois é o mesmo: ter mais runs que a equipa adversária. A forma de lá chegar é que é diferente. Aqui, é preciso derrubar wickets (estacas verticais).
Os pontos também são obtidos de forma diferente e podem variar: tudo depende onde aterra a bola. Na melhor das hipóteses, o keep wicket riposta o ataque e a bola aterra fora do campo.
Estão 11 jogadores em campo, de cada equipa, e o atacante e o rebatador são os únicos nas bases. O primeiro lança a bola dentro de uma pequena área, com o objetivo de o rebatador lançar a bola para o mais longe possível. Se, por acaso, a bola derrubar um dos wickets que estão atrás do rebatador, este é eliminado. Ao fim de 10 jogadores fora, termina a partida.
Em Portugal, o críquete está presente desde o século XIX a atualmente marca presença em torneios mundiais, preparando-se agora para as qualificações de 2028.
É uma espécie de mistura entre o hóquei e o râguebi, onde as balizas são pequenas, existe área de jogo por trás da defesa e o contacto físico mais agressivo é permitido. A grande diferença é o objeto de jogo: o crosse. É onde os jogadores transportam a pequena bola durante todo o jogo, dividido em quatro tempos. Contudo, é uma modalidade que se distingue por ter algumas diferenças entre o masculino e o feminino. Veja-se:
Número de jogadores: O masculino conta com 10 jogadores - um guarda redes, três defesas, três meio-campo e três avançados. O feminino tem mais jogadores, mas menos posições - uma guarda redes, cinco avançadas e seis defesas.
Períodos de jogo: Em termos de tempo total, ambos têm uma marca estipulada de uma hora, mas a diferença está tanto no número de períodos como no tempo de cada um. No masculino, são quatro períodos de 15 minutos. No feminino, são apenas dois períodos de meia hora.
Arranque da jogada: Enquanto, no masculino, a bola é atirada ao ar e esta deve ser intercetada por um dos dois atacantes destacados no meio-campo, no feminino a bola começa entre os dois crosses e as atacantes devem ganhar a bola e atirar para uma colega de equipa.
Este é um dos três regressos aos Jogos Olímpicos de Verão: 120 anos depois, volta a ser um desporto olímpico de competição e a Associação Nacional de Lacrosse já se prepara para as qualificações de Los Angeles. Resta saber se, em Portugal, esta será uma das novidades no campo olímpico.
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