18 out, 2024 - 12:01 • Inês Braga Sampaio
O FBI está à procura de um antigo atleta olímpico de snowboard que foi acusado de chefiar uma rede de tráfico de droga que transportava largas doses de cocaína pelas Américas e matou quatro pessoas.
De acordo com o Ministério Público dos Estados Unidos, Ryan James Wedding, de 43 anos, está acusado dos crimes de associação criminosa, homicídio, conspiração para distribuição de cocaína, entre outros. O FBI oferece uma recompensa de 50 mil dólares em troca de informação que leve à detenção e extradição do antigo snowboarder.
Segundo as autoridades norte-americanas, a rede de Wedding deslocava largos carregamentos de cocaína - 60 toneladas por ano -, usando camiões semi-reboque (TIR) para transporte de longo curso, desde a Colômbia até ao Canadá, passando por México e EUA. O antigo atleta, que também enfrenta acusações em território canadiano que remontam a 2015, é uma de 16 pessoas acusadas. Quatro continuam a monte; outras 12 já foram detidas, num esforço conjunto dos quatro países envolvidos.
Duas das quatro pessoas que o grupo terá matado eram dois membros de uma família no Canadá. Um caso de retaliação por um carregamento de drogas roubado, mas em que o gangue se terá enganado nas vítimas.
Já foram apreendidos cocaína, armas, munições, dinheiro e mais de três milhões de dólares em criptomoedas, no âmbito da investigação.
O promotor público Martin Estrada, de Los Angeles, frisou, em conferência de imprensa, que Ryan Wedding, que competiu pelo Canadá nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2002, "escolheu tornar-se um proeminente traficante de droga e escolheu tornar-se um assassino".
O antigo snowboarder já tinha sido condenado nos EUA, em 2010, por conspiração para distribuição de cocaína e foi condenado a quatro anos de prisão. Segundo Estrada, as autoridades norte-americanas acreditam que, após a sua libertação, o antigo atleta regressou à vida de crime e tem estado sob a proteção do cartel Sinaloa, do México, uma das mais poderosas e violentas redes de tráfico de droga do mundo.
Na quarta-feira, um antigo secretário de Estado de Segurança Pública do México, conhecido por liderar a guerra contra o tráfico de droga, entre 2006 e 2012, foi sentenciado a 38 anos e dez meses de prisão, nos EUA, por aceitar subornos de cartéis, em especial o de Sinaloa. O juiz distrital de Nova Iorque concluiu que Genaro García Luna aceitou "milhões de dólares em subornos" dos Sinaloa e "facilitou o transporte de mais de um milhão de quilogramas de cocaína" para território norte-americano.