17 dez, 2024 - 14:54 • Eduardo Soares da Silva , João Filipe Cruz
O Governo anunciou, na tarde desta terça-feira, o novo programa de apoio ao Desporto, que terá um investimento de 65 milhões de euros.
Na sede do Comité Olímpico de Portugal, na Ajuda, em Lisboa, o ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, que tem a pasta do Desporto, anunciou que o valor estará dividido em cinco medidas e 14 programas.
"É um programa inédito, um recorde olímpico no ponto de vista do investimento no desporto", disse o ministro.
O ministro explica que estes 65 milhões de euros são um "valor adicional" à verba para o setor prevista em sede de Orçamento de Estado.
Do bolo total de investimento, 27 milhões serão aplicados na requalificação e apetrechamento da rede de centros de alto rendimento, centro de inovação, investigação e desenvolvimento paralímpico e construção e/ou requalificação de infraestruturas desportivas.
15 milhões irão para a contratação de 100 profissionais qualificados para as federações desportivas, o Comité Olímpico de Portugal e o Comité Paralímpico de Portugal, a criação do Observatório do Desporto, criação de bolsas para investigação desportiva e outros projetos de desenvolvimento e inovação.
Há ainda um investimento de 12 milhões de euros para 400 projetos de clubes desportivos que promovam a prática desportiva para pessoas com deficiência e 560 outros rojetos para aumentar a oferta de prática desportiva feminina.
Os restantes 11 milhões de euros serão uma aposta em programas de apoio a esperanças olímpicas e paralímpicas e para a formação e certificação.
No final da apresentação de Pedro Duarte, o primeiro-ministro Luís Montenegro acredita que é o início de uma mudança cultural.
"O esforço dos atletas não pode ser travado, tem de ser desenvolvido. Investindo no Desporto, podemos ganhar no futuro e tenho a convicção profunda que este investimento vai produzir resultados muito maiores do que o investimento financeiro que aqui fazemos. Queremos que seja uma transformação cultural do nosso país", disse.
Apesar de reconhecer o esforço para o aumento da verba, assume que o valor de partida era baixo: "65 milhões é um enorme acréscimo, acima do que me tinha comprometido a aumentar, mas 65 milhões não é nada. É muito porque o ponto de partida é mau, é baixo. Não são nada à espera dos resultados que espero que vamos ter, para dar à sociedade condições de desenvolvimento humano, intelectual, anímico e de formação de campeões".
No final da apresentação, o presidente do Comité Olímpico, Artur Lopes, vê com satisfação o investimento do Governo.
"Não pensemos que são tudo rosas. O Governo deu um sinal, não é uma verba que nos faça abrir a boca, mas é substancialmente superior. É um desafio muito grande para o COP, que tem feito trabalho de excelência com os poucos recursos, agora terá de incentivar e atuar junto das federações em tudo. Há uma série de áreas que o Governo nos delegou a possibilidade e responsabilidade de resolver", atira.
O dirigente acredita que as medidas "mudam completamente a visão do desporto em Portugal".
"Aconteceu algo que há muito não sucede: estamos na agenda política e queremos responder e mostrar que somos força capaz de desenvolver os valores do desporto", explica.
Artur Lopes encara a apresentação como "um ponto de partida": "Agora há que aprofundar tudo isto, o caminho faz-se caminhando. Ainda não chegamos a lado nenhum, mas agora temos todas as ferramentas para evoluir. Não nos podemos queixar, há sempre algo que falta e que é preciso mais, mas meste momento, temos muito do que é necessario para trabalhar e investir no desporto".