08 dez, 2022 - 12:45 • José Barata
O Benfica terá dificuldade em segurar Gonçalo Ramos devido às exibições do avançado no Mundial e na primeira metade da temporada.
A opinião é de Renato Paiva, que treinou Gonçalo Ramos durante três anos na formação do Benfica, e com quem mantém uma relação de amizade.
"O Gonçalo, com a humildade dele, com a capacidade de trabalho, com a ambição que tem e com a relação com o golo que tem, o céu é o limite. Para além da época que está a fazer no Benfica com os números que está a conseguir, e agora com o que está acontecer no Mundial, é muito normal que o Benfica muito em breve não tenha condições para segurar o Gonçalo, porque as grandes equipas estão atentas", considera.
Nestas declarações à Renascença, Renato Paiva agradece o convite para falar de um menino que gosta muito, garantindo que Gonçalo Ramos não se vai deslumbrar com o momento que está a viver, algo que não o surpreende desde que tivesse essa oportunidade.
"O Gonçalo merece tudo o que lhe está a acontecer e era só uma questão de ter oportunidade. Foi assim no Benfica quando lhe demos a oportunidade nas camadas jovens e sempre as agarrou, chegou à primeira equipa e quando foi aposta a sério é que se vê. É um miúdo que não se impressiona com palcos, quer jogar e tem um foco muito direcionado para os seus objetivos. É um animal de competição e um trabalhador nato. Muito humilde e tenho a certeza que hoje está feliz e orgulhoso, mas é a mesma pessoa do antes disto acontecer", assegura.
Gonçalo Ramos tem uma grande relação com o golo a jogar em várias posições. Renato Paiva revela que o avançado tinha a alcunha de "feiticeiro", porque fazia golos de todas as formas.
"Os colegas chamavam-no de feiticeiro porque todos os remates que fazia à baliza eram golo, mesmo que não acertasse bem na bola. Às vezes acertava mal, de raspão, "com o joanete", como eles diziam e a bola acabava por entrar sempre. Tinha índices incríveis, até nos treinos. O Gonçalo tem uma relação com o golo extraordinária", garante.
Depois dos três golos contra a Suíça, Renato Paiva considera que Fernando Santos tem um problema para resolver contra Marrocos, manter Gonçalo Ramos na equipa titular, ou fazer entrar Cristiano Ronaldo.
"Não queria estar na pele do selecionador nacional. No bom sentido, porque quando tens tanta qualidade para escolher, quando não joga um ícone como Cristiano Ronaldo para jogar o Gonçalo, imagine-se o que vai na cabeça de Fernando Santos. A titularidade é uma questão que só o selecionador poderá decidir. O normal depois desta exibição seria o Gonçalo Ramos jogar, mas o normal às vezes no futebol não o é, porque há questões estratégicas e táticas que nos obrigam às vezes tomar decisões que vão para além do que é o normal para as pessoas que não estão dentro do processo", afirma.
Portugal disputa o acesso às meias-finais no próximo sábado, frente a Marrocos, às 15h00. O jogo terá relato na Renascença e acompanhamento, ao minuto, em rr.sapo.pt.