12 mai, 2020 - 12:17 • Redação com Lusa
O presidente do FC Porto considera que, caso a I Liga de futebol não se consiga concluir, o título devia ser entregue ao líder da prova, à semelhança do que aconteceu no segundo escalão.
Em declarações aos jornalistas, à saída de uma audiência sobre o Porto Canal com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém, Pinto da Costa lembrou a decisão da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) e da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), que ascendeu à I Liga os dois primeiros classificados da divisão secundária (Nacional e Farense).
“O que tem sido feito nos campeonatos que acabam é que conta a classificação que está, não a que gostaríamos que fosse. A própria Federação e a Liga já o demonstraram, quando interromperam a II Liga e quem subiu foi o primeiro e o segundo, quando o terceiro ainda tinha oportunidade de subida. Os dois últimos foram os que desceram, quando podiam hipoteticamente salvar-se. Não vejo que pudesse haver um critério para a II Liga e na I Liga ser diferente”, sublinha.
Pinto da Costa expressa que “há todas as condições para o futebol voltar”, após a suspensão decretada em 12 de março devido à pandemia da Covid-19, e frisa que “se o futebol não voltar, então não pode voltar atividade nenhuma”.
“Corre muito mais perigo um funcionário da restauração do que um jogador na casa dos 20/30 anos, que tem uma alimentação cuidada e cuidados médicos da máxima atenção. Acho que se estão a cair em exageros e é importante que o bom senso prevaleça”, afirma.
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Os futebolistas do FC Porto Danilo Pereira, Zé Luís e Soares mostraram-se desagradados com as condições divulgadas no domingo para o regresso do futebol, mas Pinto da Costa considera que “esse desagrado foi generalizado”. O presidente portista entende, mesmo, que há normas exageradas.
“Eu não compreendo como é que se quer proibir um profissional de futebol, que vai exercer a sua atividade, e depois tem de ir diretamente para casa, não pode conviver com ninguém e um profissional da restauração pode, em vez de ir para casa, ir para onde muito bem entender. Isso é cortar a liberdade às pessoas e penso que é injustificável”, diz.
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O FC Porto regressou aos treinos há uma semana, tendo em vista o regresso da competição em 30 e 31 de maio, previsto no plano de desconfinamento anunciado pelo Governo, que também permitiu a realização da final da Taça de Portugal, entre os dragões e o Benfica, e de atividades individuais ao ar livre.
O presidente do emblema portuense, que é líder da I Liga, com 60 pontos, mais um do que o campeão Benfica (59), viu “um entusiasmo fantástico” dos jogadores durante a semana e ficou “muito satisfeito”, notando ansiedade nos atletas “por ter contacto com a bola e uns com os outros”.
A data das eleições presidenciais no FC Porto, marcadas para 6 e 7 de junho, levantou algumas críticas por parte dos restantes candidatos, Nuno Lobo e José Fernando Rio, mas Pinto da Costa, que preside o clube desde 1982, refere que “quando as coisas têm interesse, têm participação” por parte dos associados.
Sobre a audiência com Marcelo Rebelo de Sousa, à qual se fez acompanhar pelo diretor-geral do Porto Canal, Júlio Magalhães, Pinto da Costa explica que as preocupações da estação televisiva portuense são semelhantes às dos restantes órgãos de comunicação social, como a quebra da publicidade, reforçando ser “fundamental a necessidade de manter” os cerca de 80 funcionários.
“Naturalmente que uma estação de televisão generalista sediada no Porto tem mais dificuldades, mas ficámos muito satisfeitos pelo conhecimento que o senhor Presidente tem do Porto Canal. Fiquei realmente sensibilizado com isso e com o interesse que mostrou”, conta.