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FC Porto rejeita abordagens da Superliga Europeia

19 abr, 2021 - 11:00 • Redação

Pinto da Costa confirma contactos informais, mas esclarece que o FC Porto não vai romper laços com a UEFA. Doze clubes anunciaram oficialmente a criação de uma Superliga Europeia. FIFA, UEFA,. Federação Portuguesa de Futebol e Liga Portuguesa já manifestaram oposição à nova competição.

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O FC Porto recebeu contactos informais para integrar a Superliga Europeia, mas Pinto da Costa esclarece que rejeita o convite, por considerar que a nova competição viola as normas da UEFA e da União Europeia.

"Tivemos contactos informais, mas não demos grande atenção. Em primeiro lugar, porque a União Europeia não permite que haja provas em circuito fechado como há nos Estados Unidos, por exemplo. Em segundo lugar, estando a nossa Federação contra isso e fazendo ela parte da UEFA, nós, enquadrados nesse quadro, não podemos estar a participar numa coisa que é contra os princípios e regras da UE e da UEFA", explica o presidente do FC Porto.

Em declarações aos jornalistas, na conferência de apresentação das contas da SAD, Pinto da Costa não se mostrou preocupado pelo facto de na Superliga Europeia estarem alguns dos grandes emblemas do velho continente, ressalvando que "a UEFA não vai acabar".

"Se isso [Superliga Europeia] for para a frrente, o que eu ponho muitas dúvidas, a UEFA vai continuar a ter provas e essas é que serão as provas oficiais. Não estamos preocupados em estar ou não estar [na Superliga]. Estamos na Champions e esperamos estar muitos anos", remata.

Pinto da Costa acrescenta que não tem de pensar em alinhar com os clubes que estão a sair da UEFA e dá Bayern Munique, Ajax e PSG como exemplos de clubes que, tal como o FC Porto, não integram a nova competição.

O dirigente observa que além dos 12 emblemas que já confirmaram presença na nova competição, há muitos outros grandes clubes que vão continuar a disputar as provas da UEFA. Organismo que tutela o futebol europeu, a FIFA, a Federação Portuguesa de Futebol e a Liga Portugal já manifestaram oposição à Superliga.

AC Milan, Arsenal, Atlético de Madrid, Chelsea, Barcelona, Inter de Milão, Juventus, Liverpool, Manchester City, Manchester United, Tottenham e Real Madrid são os clubes fundadores e, a partir da sua criação, reguladores da competição, inédita na modalidade.

UEFA ameaça banir clubes e jogadores

A UEFA comunicou, este domingo, em conjunto com as Federações inglesa (FA), espanhola (RFEF) e italiana (FIGC), e com as Ligas espanhola e italiana, que os clubes envolvidos na Superliga Europeia serão banidos de todas as competições nacionais e internacionais.

"Conforme previamente anunciado pela FIFA e pelas seis Confederações, os clubes em causa serão banidos de disputar qualquer outra competição a nível doméstico, europeu e mundial, e os seus jogadores poderão ser proibidos de representar as suas seleções", ameaçou a UEFA.

O organismo e as federações consignatárias deixaram a garantia de que considerarão "todas as medidas ao alcance, a todos os níveis, tanto judicial como desportivamente, de forma a impedir" que a Superliga Europeia se torne realidade: "O futebol é baseado em competições abertas e mérito desportivo; não pode ser de qualquer outra forma."

Numa mensagem nas redes sociais, o presidente da Liga Portugal, Pedro Proença, lamentou que uma "elite egoísta" pretenda atrofiar o crescimento do futebol e afirmou que a Superliga Europeia colocará "em causa os alicerces fundamentais" que sustentam a modalidade:

"A criação de uma Superliga Europeia, pensada e desenhada por uma pequena elite com intenções exclusivas, é algo a que nos continuaremos a opor frontalmente. Uma insanidade que colocaria em causa todos os alicerces fundamentais em que o futebol sempre se desenvolveu. Seguiremos firmes e unidos na defesa das ligas nacionais, do mérito desportivo e de modelos que contribuam para o crescimento de todo o ecossistema do futebol e não apenas de uma reduzida e egoísta elite."

Formato da Superliga Europeia:

  • Participação de 20 clubes, os 15 Clubes Fundadores e outras cinco equipas adicionais que se classificarão anualmente à base do rendimento na temporada anterior;
  • Jogos a meio da semana. Todos os clubes continuarão a competir nas respetivas ligas nacionais, "preservando assim o calendário tradicional que está no centro da vida dos clubes";
  • Arranque em agosto, com os clubes a participarem em dois grupos de dez, a duas voltas:
    • Os três primeiros classificados de cada grupo qualificam-se automaticamente para os quartos de final;
    • Os quartos e quintos classificados disputarão um "play-off" a duas mãos de apuramento para os "quartos".
  • Formato de eliminatórias a duas mãos até à final, que se realizará no final de maio, a um só jogo, em campo neutro.
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