Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Rui Quinta

Atlético beneficiou de "desequilíbrio emocional" do Porto para eliminar dragões

08 dez, 2021 - 12:35 • Luís Aresta

Para Rui Quinta, ex-adjunto de Vítor Pereira, a expulsão de Wendell foi "momento-chave". O Porto perdeu a cabeça e o contra-ataque espanhol fez o resto.

A+ / A-

Rui Quinta, antigo treinador adjunto de Vítor Pereira no FC Porto, considera que o desequilíbrio emocional "matou" os portistas na Liga dos Campeões.

Não terá sido o único fator, mas numa entrevista a Bola Branca, Rui Quinta deixa clara a sua ideia quando se refere ao minuto 70. Foi nessa altura que Wendell usou a mão direita para afastar um adversário e acabou por ser expulso, anulando o efeito da expulsão de Carrasco, minutos antes, no Atlético de Madrid.

“A expulsão de Wendell é um momento-chave, porque o Porto estava em superioridade numérica e não chegou sequer a usufruir dela. Depois, expôs-se a uma das armas que o Atlético de Madrid utiliza muito bem, o contra-ataque. O Porto acaba por ser afastado da Champions um pouco por culpa própria” e o Atlético “beneficiou de algum desequilíbrio emocional”, observa Rui Quinta.

Além das questões emotivas, o experiente treinador de 61 anos aponta a outra "pecha" do FC Porto, na derrota (1-3) com o Atlético Madrid: a incapacidade para materializar em golos as oportunidades criadas, um traço comum a outros jogos nesta fase de grupos da Liga dos Campeões.

“No início da segunda parte, o Porto tem duas perdidas que poderiam ter marcado o jogo. A equipa sofre o golo e depois o Atlético de Madrid sentiu-se muito confortável na sua matriz de jogo”, assinala.

Com tudo perdido e nada a perder, Sérgio Conceição foi à procura do golo que permitiria ao Porto chegar ao empate e passar aos oitavos de final (no outro jogo, o Milan perdia em casa com o Liverpool). O técnico portista, numa decisão pouco habitual, trocou quatro jogadores num só momento. Para Rui Quinta, a forma como a equipa se expôs no plano defensivo, acabou por atraiçoar as pretensões do treinador.

“A dez minutos do fim, o Porto foi à procura de um golo. Abriu a frente de ataque, com outros jogadores com capacidade para visar a baliza, porque as coisas não estavam a funcionar”. A profunda mudança operada pelo treinador “deu largura e também consistência no jogo interior, mas acabou por expor muito a equipa no seu equilíbrio defensivo e isso foi-lhe fatal”, reconhece Rui Quinta.

Tudo para ir longe na Liga Europa. Liga dos Campeões soube a pouco

Pela primeira vez desde que Sérgio Conceição assumiu o comando técnico, o FC Porto não passa da fase de grupos da Liga dos Campeões. Os cinco pontos somados em 18 possíveis são um dos piores registos dos azuis e brancos nesta fase da prova e nem mesmo o facto de, no mesmo grupo, figurarem emblemas de topo como Liverpool, o AC Milan e o Atlético de Madrid, anulam o desapontamento de Rui Quinta, que esperava mais, “porque o Porto é uma equipa que não diferencia adversários, disputa cada jogo como se não houvesse mais nenhum e a cultura do clube valoriza aquilo que é e a sua história”.

O desafio imediato da equipa de Sérgio Conceição é o Sporting de Braga, para a jornada 14 da 1.ª Liga. Rui Quinta acredita que o Porto vai reagir bem e que as feridas provocadas pelo afastamento da Liga dos Campeões não são graves.

“A marca que pode deixar é que o Porto tem uma dimensão de jogo de nível europeu. É uma marca de reforço das ideias e da qualidade dos seus jogadores”, assinala.

Já quanto ao próximo desafio do FC Porto na UEFA – o "play-off" de acesso aos oitavos de final da Liga Europa – Rui Quinta adverte que “nas provas a eliminar, por vezes as grandes projeções caem por terra, porque tudo depende de um jogo que pode, ou não, correr bem; isso acaba por marcar o desfecho das eliminatórias”.

Em todo o caso, o treinador declara, em conclusão, não ter qualquer dúvida de que “o Porto tem condições para ultrapassar os adversários que lhe possam cair em sorte”.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+