27 ago, 2024 - 18:15 • Luís Aresta
Troca de camisolas 10 no FC Porto. Sai Francisco Conceição, reentra Fábio Vieira. O Porto ganha com o regresso, mas perde com a saída. Conhecedor profundo das caraterísticas técnicas e mentais dos dois jogadores formados no Olival, Israel Dionísio, que trabalhou com ambos, aponta as mais-valias que o médio cedido pelo Arsenal pode trazer ao grupo de trabalho às ordens de Vitor Bruno.
“Fábio Vieira é um jogador muito completo para jogar entre linhas, no último passe. Também é muito forte nas bolas paradas, tantos nos cantos como nos livres laterais. Acho que pode ser uma mais-valia para o Porto”, refere, em entrevista a Bola Branca.
Chega Fábio Vieira, parte o “espalha-brasas” Francisco Conceição, cedido até ao fim da época à Juventus. Uma perda para o Porto, considera Israel Dionísio, embora admita que não havia alternativa à saída do filho do ex-treinador dos dragões.
“Quem fica a perder, neste caso, é o Porto, mas a verdade é que não havia condições para o Francisco continuar. No caso dele, estamos a falar da Juventus, um dos clubes mais mediáticos de Itália. Acho que é um desafio muito grande e com certeza que se vai conseguir afirmar no futebol italiano”, diz.
Nas primeiras declarações como reforço da Juventus, Francisco Conceição sublinhou as boas referências que o pai, Sérgio Conceição, lhe deu, da longa experiência que teve em Itália, como jogador de Lazio, Parma e Inter. Conselhos importantes, vindos de quem vêm, reconhece o ex-treinador de Chico.
“Costumo dizer que o Francisco tem sempre tudo a ganhar. Em casa respira-se futebol; o pai teve a experiência que teve como jogador e, agora, como treinador. É sempre uma mais-valia para ele”, assinala.
Ir para a Juventus “não é um passo atrás” para Francisco, considera Israel Dionísio, que encara da mesma forma o regresso de Fábio Vieira à casa onde se fez jogador, deixando por uma época o Arsenal e a competitiva liga inglesa, a mais vista em todo o mundo.
“É importante para um jogador sentir-se bem, num contexto em que seja acarinhado. Foi para um espaço em que para ele foi tudo novo. Teve mais dificuldades para se impor, mas estamos a falar de um clube que tem lutado pelo título em Inglaterra; se calhar, não foi no momento certo. Este regresso pode ser muito importante para revitalizar a carreira”, considera.
Com pequenos retoques, André Villas-Boas e Vitor Bruno – em perfeita sintonia, como tem insistido o treinador – vão construindo um plantel que, sem gastar muito dinheiro (20 milhões investidos, à data de hoje) parece agradar aos adeptos. Lá mais para a frente se verá se a estratégia adotada pelo jovem presidente portista é boa ou não. Mas é uma estratégia à medida das atuais capacidades do FC Porto e, como tal, “inteligente”, na forma de ver de Israel Dionísio.
“O clube passa por dificuldades. Dentro dessas dificuldades, parece que a estratégia está a ser boa, sendo que só se poderá dizer que é boa se os resultados aparecerem”, remata.