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Bruno de Carvalho "a borrifar-se para a Taça de Portugal e de dedo em riste". Novos testemunhos no caso de Alcochete

19 dez, 2019 - 12:41 • Redação

Gonçalo Álvaro e Ludovico Marques, fisioterapeutas, prestaram declarações no Tribunal de Monsanto.

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Ludovico Marques, antigo fisioterapeuta do Sporting, recorda a reunião da equipa técnica com Bruno de Carvalho no dia anterior ao ataque em Alcochete. O fisioterapeuta prestou declarações no Tribunal de Monsanto e recordou o tom "intimidante" do ex-presidente.

"Estive na reunião de staff do dia 14 com a direção. Saí sem perceber qual era o seu objetivo. Bruno de Carvalho repetiu várias vezes, em tom intimidatório e de ameaça a olhar nos olhos de todos, que quem não estivesse com ele podia sair já da sala. Também disse que se estava a borrifar para a Taça. Olhou nos olhos e de dedo em riste para todos. Senti-me intimidado", disse,

Ludovico afirma ter sido despedido do clube "sem qualquer explicação" e diz ter sido agredido durante o ataque: "Fiquei 15 dias com o olho negro. Não voltei a trabalhar nos dias seguintes porque tinha medo de ser agredido na rua. Também sofri com insónias".

Gonçalo Álvaro, também fisioterapeuta do clube, vai de encontro às declarações de Ludovico Marques em relação à desvalorização da Taça de Portugal por parte do ex-presidente.

"Estava muito desapontado com o resultado. Comentou sobre a Taça de Portugal e, ao contrário do que eu esperava, desprezou essa competição. Disse ainda uma frase repetidamente: 'aconteça o que acontecer amanhã, quero saber quem é que está comigo, quem não estiver pode sair da sala'. Não percebi o que quis dizer com aquela frase", disse.

O ainda elemento da equipa técnica dos leões relatou os incidentes do dia 15 de maio e diz que foi ele que levou Bas Dost para ser assistido.

"Vi um indivíduo acionar uma tocha e lançá-la para dentro do balneário. Havia muito fumo e gritos. Pensei que era só um invasor que tinha passado a segurança. Vi o Bas Dost ferido e levei-o para o departamento médico onde se podia estancar a hemorragia. Os jogadores estavam em pânico. Vi tetos falsos partidos, pertences das pessoas no chão. Não tive tempo para avaliar outros jogadores porque me foquei no Dost", diz.

Apesar de ter acompanhado o avançado holandês, Gonçalo garante que não foi ele que filmou "o vídeo que passou para as redes sociais" e também não sabe quem o fez.

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