28 fev, 2020 - 14:34 • Redação
Fernando Mendes, antigo líder da Juventude Leonina, garante que não sabia do ataque organizado a Alcochete, apesar de ter estado na academia nesse mesmo dia. O antigo chefe da claque dos leões prestou declarações aos jornalistas antes de entrar para prestar declarações.
"Venho para dizer a verdade. Falei com Jorge Jesus no aeroporto e disse-lhe que ia à academia na terça-feira. Não sabia da invasão, não tenho redes sociais sequer. Voltava a fazer tudo novamente, porque fui para falar", disse.
Perante a juíza Sílvia Pires, Fernando Mendes explicou a altercação do Marcos Acuña no aeroporto da Madeira, depois da derrota com o Marítimo.
"Toda a gente estava descontente e muitos disseram que o Acuña foi mal educado no fim do jogo. Fez o chamado manguito e isso indignou-me. Fui ao aeroporto falar com Jesus, porque ele é amigo do meu ex-sogro. Disse-lhe que houve um jogador com uma atitude indigna, que não podia reagir assim", explica.
Apesar de admitir que estava alcoolizado, o ex-líder da Juve Leo critica a atitude de Acuña, que iniciou a discussão. Os dois trocaram insultos, após o argentino ter-se apercebido que Fernando Mendes estava à conversa com Jesus. "Foi aí que lhe disse que ia a nossa casa falar com ele", disse.
O antigo líder da Juve Leo recorda que viu pessoas a correr, quando chegou à Academia, uma situação que estranhou.
"Na Academia, cá fora, já vi lá algumas a correr à minha frente. E eu pensei que não lhes valia de nada correr porque à entrada tinha de dar a identificação. Até eu, que fui líder da Juve Leo durante 20 anos e estive lá quando se pôs a primeira pedra, ainda na época do José Roquette, tinha de me identificar. Depois, perdi o paradeiro do Tiago. Entrei de cara destapada porque quem não deve, não teme", diz.
Fernando Mendes revela que antes de se deslocar a Alcochete falou com Tiago Silva [conhecido como Bocas], que falou com Bruno Jacinto para pedir autorização para ir a Alcochete: "Fomos pedir autorização, porque tinhamos combinado com o treinador".
Fernando Mendes admite que falou duas vezes com Bruno de Carvalho, por chamada, depois da situação no aeroporto da Madeira com Acuña. No entanto, apenas se recorda do teor da primeira conversa.
"A primeira chamada foi para lhe dizer o que tinha ido fazer ao aeroporto da Madeira. Quis que ele ouvisse da minha boca. Ele disse que não podia falar comigo e que me ligava mais tarde. Estava alcoolizado, estava exaltado. Quis justificar ao presidente do meu clube o porquê. No segundo, já estava no hotel, ainda tinha bebido mais, não me lembro de nada. Se o ofendi, peço desculpa", explica.