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Eduardo Barroso

Decisão sobre o futebol nas mãos da DGS é um "ridículo atroz"

17 set, 2020 - 12:45 • Rui Viegas

Eduardo Barroso, cirurgião, adepto e antigo dirigente sportinguista, defende realização do jogo com o Gil Vicente, e de todos os outros, mesmo que existam casos positivos de Covid-19. "Isto não pode parar", diz, defendendo que a doença seja encarada como lesão.

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Eduardo Barroso, médico, adepto e antigo dirigente do Sporting, defende que, apesar dos casos positivos do novo coronavírus nos plantéis de Sporting e Gil Vicente, o jogo de sábado deve mesmo ter lugar.

O embate entre lisboetas e barcelenses continua em risco, cabendo às autoridades de saúde locais decidir sobre a manutenção na data agendada da partida a contar para a ronda inaugural da I Liga de 2020/21.

O conhecido adepto, ex-dirigente dos leões e clínico, em entrevista a Bola Branca, concorda que a doença deve ser classificada como lesão - tal como outras que afastam os atletas dos relvados - viabilizando assim os jogos e salvaguardando a verdade desportiva. Até porque os episódios registados não são, nem serão, únicos.

"O que está a acontecer ao Sporting e ao Gil Vicente vai acontecer a todos. É óbvio. Por mais cuidados que se tenha, vai haver sempre a hipótese de um [futebolista] - por desleixo ou azar - apanhar e pegar aos outros. Diz-me 'mas o Sporting tem vários infetados, mais o treinador e o médico'. Bem, se o jogo fosse contra o Benfica estavamos tramados. Mas temos de jogar, seja com a equipa B ou com os juniores, porque isto não pode parar", atira Barroso.

O antigo dirigente leonino critica a intervenção das autoridades de saúde no "campo desportivo".

"Estes jogadores não poderem jogar, porque têm Covid-19, tem de ser encarado como estando lesionados. Tem de se arranjar onze para jogar. Não pode ser a Direcção-Geral da Saúde a decidir. Isso é de um ridículo atroz. [Mas não fica ferido o princípio da verdade desportiva?] Não fica, se se considerar a Covid como lesão. Por exemplo, quando há três lesionados fundamentais - com lesão traumática - acha que fica ferido esse princípio? Claro que não. E depois seria esquisitíssimo porque é que se deixa jogar um jogo e não outro. Repito, todos os jogadores com Covid têm de ser considerados lesionados. É uma contigência. É um azar. Mas é a única maneira de a verdade desportiva ser salvaguardada", sustenta o cirurgião.

Eduardo Barroso, embora não pertença de todo à área médica em causa, está convicto que os jogadores fazem parte de um grupo melhor preparado para enfrentar esta pandemia. Por isso também, na sua opinião, os desafios de futebol representam um risco baixo.

"Não há perigo de os jogadores jogarem. Não se infetam, estou convencido. Depois, são jovens. Bem treinados. Sem diabetes. Sem hipertensão. Então, qual é o perigo? É pegarem aos espectadores? Mas não há espectadores", finaliza.

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