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“Forma de jogar do Sporting vai colocar problemas ao Lille”. O regresso dos leões à Champions visto por um treinador campeão em França

16 set, 2024 - 15:20 • Pedro Castro Alves

Jorge Maciel foi adjunto dos “dogues” durante quatro anos e antecipa “jogo aberto” esta terça-feira. Liga dos Campeões pode ser “afirmação” de Sporting e Gyokeres na Europa. Adjunto do Lyon recorda má experiência como treinador principal.

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Jorge Maciel, atual treinador-adjunto do Lyon, que fez parte da equipa técnica do Lille entre 2019 e 2023, dá a superioridade ao Sporting para o encontro com os franceses na estreia na Liga dos Campeões desta época.

O técnico antecipa “um jogo bastante aberto”, no qual o Sporting “vai ter maior capacidade de resposta”. A grande dúvida será a capacidade de adaptação a um nível superior ao que a equipa de Rúben Amorim está habituada.

“Acho que o Sporting tem uma estabilidade e uma profundidade de plantel que lhe vai permitir gerir melhor jogo. Depois, há um factor que me deixa algumas dúvidas, que é o facto de jogar numa realidade como a do campeonato português, no qual os adversários não são tão fortes como os que o Lille defronta habitualmente no campeonato francês. Isto pode elevar o Lille para um patamar de competitividade mais vantajoso. Ainda assim, acho a equipa do Sporting muito competitiva e a forma como joga vai colocar alguns problemas ao Lille”, diz, em declarações a Bola Branca.

Para Jorge Maciel, Sporting e Lille são duas equipas que “não têm o estatuto de candidatos à Champions, mas podem ser interessantes de seguir”. No caso da equipa de Alvalade, este pode mesmo ser o ano de afirmação nas competições europeias.

“Estou curioso com o Sporting. Acho que neste momento já justifica a confirmação europeia, depois daquilo que tem feito a nível interno. Este pode ser um ano de maturidade diferente, que pode confirmar também uma performance acima do que tem sido normal para o Sporting nas competições europeias”, antevê.

Quanto ao Lille, Maciel reconhece que o clube tem agora “um plantel que evoluiu muito em desde que foi campeã” em 2020/21, quando era adjunto de Christophe Galtier.

“Restam apenas o Jonathan David e o Benjamim André e há, inclusive, uma mudança estrutural relativamente ao ano anterior. A equipa jogava com uma linha de quatro defesas e agora, com Bruno Génésio, ultiliza uma linha de cinco, para dar mais preponderância aos laterais Tiago Santos e Gabriel Gudmundsson”, explica.

O Lille garantiu acesso à Liga dos Campeões na temporada passada, ainda orientada por Paulo Fonseca. Em relação à forma como jogava com o treinador português, a equipa “não é exatamente igual”, mas mantém a “intenção geral”, com um estilo de jogo “para a frente” e que “gosta de ser dominadora”.

Gyokeres. É ou não um jogador de Liga dos Campeões?

“É jogador de Champions ou não é jogador Champions? O nível é outro, claramente. A jogar contra centrais e equipas de outro nível, que se preparam de outra forma para gerir a ameaça que o Gyokeres representa, vamos perceber se ele consegue dar resposta, porque, de facto, o nível é muito diferente”, começa por dizer.

“Eu acredito que sim, porque há uma continuidade. Já não é o primeiro ano e acredito que o Rúben Amorim, pelo facto de ter jogado, ter conhecido este nível e ser alguém que aporta bastante aos jogadores, também consiga dar-lhe alguns atalhos que o tornam melhor”, completa, nesta entrevista à Renascença.

O erro da “precipitação”

Jorge Maciel deixou o Lille em 2022, ainda antes da saída de Paulo Fonseca para o AC Milan, para assumir o cargo de treinador principal no Valenciennes. Após um ano ao comando do emblema da segunda divisão francesa, o técnico está de regresso ao papel de adjunto, agora no Lyon.

O português de 38 anos admite admite que se precipitou ao aceitar o convite para técnico principal.

“Foi uma precipitação da minha parte. A maior responsabilidade é essa, o facto de ter querido algo que se calhar não fazia sentido para mim naquele momento, face à realidade do clube”, conta, sem rodeios.

“Percebi que não se desfruta. O foco não está naquilo que nós mais gostamos, que é o treino e o jogo, mas sim na política desportiva e nos problemas que temos de resolver no dia a dia. Portanto, senti que tive muito pouco prazer em fazer aquilo que fiz, porque me senti muito pouco treinador. Acho que mais vale ser um adjunto num nível interessante, do que um principal num contexto que, no fundo, só nos vai dar desprazer e angústia”, conclui.
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