09 dez, 2024 - 12:50 • João Filipe Cruz
Ao quinto foi de vez. É com esta premissa que o Sporting quererá entrar em campo, esta terça-feira, em Bruges. Os leões jogam na Bélgica a quinta jornada da Liga dos Campeões, depois de três derrotas consecutivas, em quatro partidas sob os comandos de João Pereira. Quem conhece o Club Brugge e o Sporting dá a entender que este pode não ser o melhor momento para a recuperação verde e branca.
"Neste momento, o Club Brugge é favorito. Jogam em casa, estão bem e o Sporting está a atravessar um momento difícil. Devem conseguir segurar os pontos na Bélgica", perspetiva Filip de Wilde a Bola Branca.
O antigo guarda-redes, que passou por Alvalade na década de 90, tem noção de como está o antigo clube e entrega as probabilidades de vitória aos compatriotas. O Sporting sofreu o primeiro desaire na Champions diante do Arsenal e, assim, saí da zona de apuramento direto para os oitavos. Já o Club Brugge, em lugares de play-off, procura amealhar o máximo de pontos e alcançar os leões na tabela, já que são três os pontos que separam portugueses e belgas na classificação.
Há 10 jogos sem perder, os de Bruges estão, como quase sempre, intratáveis nas competições internas, mas o caso muda de figura quando se fala em Europa. "Estão a defender muito atrás e dão ao adversário a hipótese de mandar no jogo. Tem sido uma dificuldade para eles", explica de Wilde.
O antigo internacional, que calçou as luvas da seleção belga no Mundial 1998 e no Euro 2000, quando questionado sobre o maior perigo do adversário do Sporting, não tem dúvidas de que o capitão tem de ser "bloqueado".
"Hans Vanaken é um jogador muito importante para eles. É o verdadeiro líder da equipa, a ligação entre o momento defensivo e o ofensivo. É ele que faz o motor funcionar. É importante que o Sporting o consiga bloquear", reconhece.
Ainda assim, nesta conversa com Bola Branca, o antigo técnico de guarda-redes da federação belga, agora "à espera da reforma", admite que a diferença entre o futebol português e o belga ainda é grande.
"Em Portugal, as equipas grandes são enormes. Vocês têm o FC Porto, o Benfica e o Sporting, equipas top. E conseguem encaixar muito dinheiro com transferências, muito mais do que as equipas belgas", admite.
No Sporting, o belga realizou perto de 70 jogos e recorda com carinho a passagem por Alvalade e Portugal. "Penso sempre nos meus filhos. Choraram quando saímos da Bélgica, mas também choraram quando tivemos de deixar Portugal. Passámos um muito bom bocado aí", reconhece Filip de Wilde.