09 abr, 2024 - 09:14
Depois da disponibilidade manifestada pelo PS para viabilizar, se necessário, um orçamento retificativo para valorizar as carreiras e salários dos trabalhadores da função pública, os sindicatos de professores lembram, por um lado, que o importante é perceber como é que o tempo de serviço dos docentes vai ser recuperado. E, por outro, que todas as carreiras ligadas à educação, inclusive de pessoal não docente, devem ser valorizadas.
Para o secretário-geral da FENPROF, a Federação Nacional de Professores, o importante é a forma como o tempo de serviço dos professores vai ser recuperado. Mas Mário Nogueira começa por dizer que "às vezes, a oposição faz bem às pessoas e aos partidos".
Considera que a carta de Pedro Nuno Santos a Luis Montenegro é um pouco "chover no molhado”, num tempo em que a devolução do tempo de serviço está assumida.
"Penso que devemos estar atentos é a forma como esse tempo vai ser recuperado, porque se for ao longo de um período muito alargado, vai deixar de fora ainda mais uns milhares de professores do que aqueles que já estão de fora".
Isto porque, segundo Mário Nogueira, um grande número de professores que perderam tempo de serviço "já estão em escalões onde já não conseguem remediar o mal que lhes foi feito".
E cada ano a mais, "cresce o número de professores para quem esse tempo de serviço foi perdido, mas que já não o poderão recuperar".
"O que esperamos é que seja uma negociação que não vá para além dos 60 dias", remata o secretário-geral da FENPROF.
"Não se resolve a questão meramente com a questão de tempo de serviço dos docentes", refere André Pestana, coordenador do Sindicato de Todos os Profissionais de Educação, para quem o importante é valorizar todas as carreiras ligadas ao sector da educação.
"Tem de ser também para não docentes. E sobretudo valorizar todas, mas mesmo todas as carreiras, porque de outra forma, vamos continuar a ter falta de profissionais de educação nas escolas. E isso vai, mais uma vez, prejudicar as nossas crianças e jovens".
Porque, como refere, "os funcionários não docentes estão sobrecarregados, exaustos e com salários de miséria e carreiras indignas".
Por fim, recorre a um ditado popular: "Mais vale tarde do que nunca", sublinhando, contudo, que os problemas da escola pública "podiam ter começado a ser resolvidos antes, ainda para mais com um excedente orçamental".