23 set, 2017 - 22:45
Não é a primeira, nem a segunda, nem sequer a terceira vez que Pedro Passos Coelho aproveita as deixas na campanha autárquica para falar da vontade de voltar a um lugar onde foi feliz: o Governo.
Por estes dias, a propósito dos dados do INE sobre a economia nacional, repetiu o discurso de que o PSD quer governar em condições mais favoráveis do que aquelas que teve de enfrentar em 2011, e aproveitou para reclamar o contributo que o seu governo deu para os bons resultados do crescimento económico que continuam a registar-se.
Hoje, à entrada da festa do Brinquedo em Alfena, Valongo, o líder do PSD ouviu uma senhora dizer-lhe que devia voltar para o Governo (porque) está a fazer lá muita falta. Passos tinha a resposta pronta: "Em 2019! Em 2019 há eleições legislativas".
Por enquanto, as autárquicas é que ditam a agenda e Valongo é uma aposta para a coligação PSD/CDS, que espera que Luís Ramalho possa tirar a câmara ao PS. Até há uma música de campanha, que o autor, Tozé Santos, fez questão de tocar e cantar para Passos Coelho: "De olhos postos no futuro, na saúde, no trabalho, somos Unidos Por Todos, em frente Luís Ramalho", assim reza a letra.
Os do PSD cantaram juntos (Passos não), mas a caravana socialista ali ao lado não deixava margem para muito sossego: aos primeiros acordes descontentes de quem não vai na cantiga da coligação, a resposta foi soltar nas colunas outra música, muito apropriada: Des-pa-ci-to.
Passos Coelho seguiu para a festa do brinquedo, um pequeno certame com o objectivo de promover os brinquedos tradicionais. O líder do PSD continua a mostrar que não tem pressa nenhuma, parou em quase todas as bancas, parou para todas as "fotos" que lhe pediram, parou para jogar numa "roda da sorte", mas confessou que não é homem de jogo. A brincar, a brincar, já anda nisto há anos suficientes para saber que a sorte, como ele próprio dizia ontem, dá mesmo muito trabalho.