01 out, 2017 - 22:34
O antigo presidente do PSD Luís Marques Mendes qualificou o resultado do PSD nestas eleições como "uma hecatombe, um terramoto".
Em declarações à SIC Notícias, o comentador disse que, se Passos Coelho quiser continuar à frente do partido, "a vida dele vai ser um inferno completo" e vai ter dificuldade, numas directas, de se manter na liderança.
"Não me surpreenderia muito que Passos Coelho tomasse a decisão, hoje ou terça-feira, quando tem um Conselho Nacional, de dizer que sai, de dizer que abandona, de dizer que sai de jogo e que dá o lugar a outro, por outras palavras, que não se candidata novamente à liderança do partido", afirmou.
Marques Mendes referiu que, por princípio, considera que eleições locais não devem ter consequências nas lideranças partidárias, mas argumentou que, "neste caso em concreto, conjugam-se situações que todas vão dar a Passos Coelho". No seu entender, houve "má escolha de candidatos, designadamente nos casos principais, Lisboa e Porto, onde a derrocada é monumental ", e nesses casos "a decisão foi do líder".
Por outro lado, "houve campanha muito nacionalizada, que não favorecia o PSD - foi uma escolha do líder, errada", sustentou, acrescentando: "Em terceiro lugar, há de facto aqui uma penalização pela forma de se fazer oposição".
Outro antigo líder social-democrata, Manuela Ferreira Leite, considerou esta noite que Pedro Passos Coelho "não tem" condições para continuar na liderança do PSD.
Em declarações à TVI, a ex-presidente social-democrata mostra-se "atónita e chocada" com os resultados em Lisboa e Porto, em que o partido perdeu por larga margem.
"Os resultados são demasiadamente maus para que uma pessoa, como eu, que gosta do partido não estar abalada", afirma Manuela Ferreira Leite.
De acordo com as projecções das televisões, na melhor das hipóteses, Teresa Leal Coelho fica em terceiro lugar em Lisboa, naquele que será o pior resultado de sempre do PSD na capital.
No Porto, o candidato do PSD, Álvaro Santos Almeida, está em terceiro lugar, com resultados entre os 7 e 11%.
Pedro Santana Lopes, outro antigo líder do PSD, afirma que o PSD sofreu uma "grande erosão" em Lisboa e no Porto, obtendo um resultado "mau demais para ser verdade". No entanto, na SIC Notícias, Santana afirmou que "ainda é cedo" para dizer se Passos Coelho tem condições para continuar à frente do PSD.