07 mar, 2018 - 22:26
A juíza de instrução Cláudia Pina, encarregue do processo "e-toupeira", deixa Paulo Gonçalves em liberdade mas proíbe o diretor jurídico da SAD do Benfica de contactar com os restantes arguidos do processo.
Já José Silva, técnico informático do Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça, fica em prisão preventiva, a medida de coação mais gravosa.
Nem José Silva nem Paulo Gonçalves prestaram declarações à saída do Campus da Justiça, em Lisboa, remetendo-se ao silêncio após consulta de todo o processo.
Numa primeira fase, o Ministério Público requeria que Paulo Gonçalves ficasse impedido de entrar no Estádio da Luz. Ora, a juíza encarregue do caso "e-toupeira" não acedeu a esse pedido, optando apenas pela tal proibição de contactos com os outros arguidos.
Desta forma, Gonçalves pode frequentar a Luz e, por consequência, manter-se em funções no Benfica, até porque não foi anunciado qualquer tipo de suspensão do assessor.
De que são indiciados Paulo Gonçalves e José Silva?
Paulo Gonçalves foi indiciado por um crime de corrupção ativa e ainda, em coautoria com José Silva, de quatro crimes de violação de segredo de justiça.
Quanto a José Silva, é indiciado por um crime de corrupção ativa, quatro crimes de violação de justiça, um crime de falsidade informática, nove crimes de acesso ilegítimo e burla informática.
Na terça-feira, a Polícia Judiciária deteve José Silva e
Paulo Gonçalves, depois de ter realizado 30 buscas nas áreas do Porto, Fafe,
Guimarães, Santarém e Lisboa, que levaram à apreensão de relevantes elementos
probatórios.
SAD do Benfica pode ser constituída arguida
Ao que a Renascença apurou, a Benfica SAD pode também ser constituída arguida.
A decisão não foi ainda tomada, mas os investigadores não descartam essa possibilidade, caso venham a obter indícios suficientes de que Paulo Gonçalves agiu no interesse do Benfica.
A hipótese está em aberto desde que a operação foi planeada e continua em cima da mesa.