05 set, 2018 - 12:45 • João Fonseca
Jaime Antunes defende que uma "acusação de um procurador do Ministério Público não é uma condenação". A SAD do Benfica e o seu assessor jurídico, Paulo Gonçalves, foram acusados pelo Ministério Público (MP) de vários crimes, incluindo corrupção, favorecimento pessoal, peculato e falsidade informática, no caso "e-toupeira".
Em declarações a Bola Branca, o antigo candidato e crítico de Luís Filipe Vieira não esconde que a situação "é grave" e "uma mancha na imagem do Benfica", mas defende que os dirigentes do clube da Luz têm "o dever de se defenderem e defenderem o Benfica".
Apelando à presunção de inocência, o economista refere que, nesta fase, ainda não está em causa a "legitimidade dos orgãos sociais" do clube. Jaime Antunes continua a defender o líder dos encarnados, porque este assegura que "não cometeu nenhum ato ilegal, ilegítimo e que envergonhe os benfiquistas" e, enquanto o contrário não for provado, acredita e dá "como boa esta versão".
A mudança de opinião só ocorrerá se e quando for "provada em tribunal". O antigo candidato diz que só nessa altura "os orgãos sociais terão que se ir embora" e não porque "meia dúzia de pessoas e iluminados querem que haja umas mudanças".
O ataque do FC Porto e a atuação da justiça
Nestas declarações, Jaime Antunes não esquece a ação pública de um dos principais rivais do Benfica, o FC Porto. O economista lembra o processo "Apito Dourado", que na sua opinião continua colado "às costas" dos dragões e que "esse sim, verdadeiramente demonstrado como corrupção sobre árbitros". No entanto, lembra que "só por questões formais" não teve consequências para os azuis e brancos.
Por isso, o antigo candidato considera "ridículo" ver o FC Porto agindo todos os dias como se fosse o "paladino da verdade", com "os bons de um lado e os maus do outro".
Quem também não escapa ao escrutínio de Jaime Antunes é o Ministério Público. O sócio benfiquista questiona esta entidade sobre se no país só o caso do "e-toupeira" esta relacionado com a "violação do segredo de justiça".
"Neste país há quase todos os dias violação do segredo de justiça, o MP nunca descobriu ninguém a não ser neste caso. Haverá alguma coisa especialmente estranha nisto", advogado o economista.
Jaime Antunes admira-se com o motivo da "celeridade para acusar o Benfica" no processo e-toupeira, e por outro lado, com a ausência de "total interesse" em fazer andar os processos que "defendem o Benfica" e o seu bom nome.