03 dez, 2018 - 16:42
O Ministério Público pediu para que o processo "e-toupeira" siga para julgamento, reiterando que o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, tinha conhecimento das ações de Paulo Gonçalves.
No debate instrutório, que decorre esta segunda-feira, no Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), o procurador Válter Alves acredita que "não há dúvida nenhuma que todos os crimes foram cometidos".
Para o procurador do Ministério Público, o presidente das águias tinha conhecimento da entrega de "merchandising" do clube e convites, através da troca de emails entre Paulo Gonçalves, antigo assessor jurídico da SAD encarnada e o próprio.
"Os arguidos aceitaram as ofertas. A SAD do Benfica, por intermédio, de Paulo Gonçalves, aceitou as informações que ia recebendo, que funcionava como uma recompensa para os mesmos continuarem a dar informações. Em casos de corrupção dificilmente há prova tão vasta ou cristalina como neste caso", adicionou.
Válter Alves acredita que Júlio Loureiro e José Silva, oficiais de justiça, aceitaram as ofertas de Paulo Gonçalves a troco de informações confidenciais: “Só não há prova direta do acordo, mas que se percebe dos atos que as pessoas praticam. O acordo é lógico e prova-se através dos factos descritos. Ninguém em momento algum recusou: nem Paulo Gonçalves recusou as informações, nem Júlio Loureiro nem José Silva recusaram as ofertas”.
A SAD do Benfica está acusada de 30 crimes. O MP acusou a SAD do Benfica de um crime de corrupção ativa, de um crime de oferta ou recebimento indevido de vantagem e de 29 crimes de falsidade informática. Paulo Gonçalves está acusado de 79 crimes, entre eles um de corrupção ativa e outro de oferta ou recebimento indevido de vantagem.