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Daniel da Mota

​Portugal assusta mais sem Ronaldo

16 nov, 2015 - 10:11 • Pedro Azevedo

Daniel da Mota, avançado luso-descendente da selecção luxemburguesa, desvaloriza a ausência do capitão da equipa das quinas no particular desta terça-feira e espera voltar a marcar a Rui Patrício.

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O Estádio Josy Barthel na Cidade do Luxemburgo vai ser pequeno para os portugueses que residem no Grão-Ducado, apesar de alguma desilusão pela ausência de Cristiano Ronaldo. “No Luxemburgo é dia de festa quando joga Portugal. Os portugueses estão entusiasmados mas ao mesmo tempo ficaram tristes e desiludidos pelo facto de Ronaldo não jogar. Mas não é só o Ronaldo que faz a equipa portuguesa”, refere Daniel da Mota, lusodescendente que alinha na selecção luxemburguesa.

Em entrevista a Bola Branca, Daniel da Mota desvaloriza a ausência do capitão da selecção portuguesa. “Tenho mais medo quando Portugal joga sem Ronaldo. Com Cristiano sabemos que a maior parte das bolas vão chegar aos pés dele e aí podemos concentrar o nosso jogo. Quando Portugal joga sem Ronaldo é diferente. Precisamos de adaptar-nos à equipa portuguesa”, argumenta.

Na antevisão do Luxemburgo-Portugal, Daniel da Mota atribui o favoritismo á equipa das quinas mão são grande desnivelamento. “É jogo de 40/60. Estamos motivados para fazer o melhor resultado possível. Com ambição a 200 ou 300% podemos somar um resultado positivo”, anuncia com confiança, depois de um triunfo do Luxemburgo por 1-0 frente à Grécia, com Daniel da Mota nos últimos 30 minutos em campo.

Golo a Portugal em 2012

Na última vez que a selecção portuguesa visitou o Luxemburgo, venceu por 2-1, a 7 de Setembro de 2012. A equipa da casa marcou primeiro por Daniel da Mota. “Foi um golo cheio de emoções. Marcamos primeiro e o estádio estava cheio de portugueses mas foi festejado por toda agente. Os jogadores portugueses ficaram zangados por terem ganho apenas por 2-1”, recorda. Nesse jogo da fase de qualificação para o Mundial de 2014, Ronaldo e Postiga apontaram os tentos da equipa nacional, então orientada por Paulo Bento.

O Luxemburgo ocupa o 146º lugar no ranking da FIFA. Portugal é a quarta equipa da tabela. As diferenças não retiram confiança aos jogadores luxemburgueses. “Quem não tiver motivação para jogar contra equipas como Portugal ou Espanha não vale a pena entrar em campo. O que esperamos sempre é fazer o melhor resultado possível. E porque não como em 2012 assustar o povo português e marcar primeiro”, adverte.

Família portuguesa

Daniel da Mota tem 30 anos e é filho de emigrantes portugueses. “Os meus pais são de Celorico de Basto e vieram para o Luxemburgo nos anos oitenta. Nasci no Luxemburgo e tenho dupla nacionalidade. Em Portugal tenho muitos familiares. Não os vejo muitas vezes por causa do futebol mas sinto-me tanto luxemburguês como português. É sempre especial defrontar Portugal. É para mim um jogo cheio de emoções”, confessa na véspera do reencontro com a selecção das quinas.

O avançado luso-descendente jogou toda a carreira no Luxemburgo. Seis épocas no Etzella e oito no Dudelange, clube que representa actualmente. Daniel da Mota nunca foi profissional mas não perde a esperança de jogar na terra da sua família. “Nunca tive contactos para jogar por Portugal e nunca tive convites para jogar por clubes fora do Luxemburgo. Tenho pena porque sinto que tenho nível para jogar noutras ligas, sobretudo na portuguesa. Seria uma oportunidade para ser profissional e ainda estou a tempo, tenho 30 anos. Estou a aberto a propostas”, revela.

Adepto do FC Porto

Daniel da Mota gostaria de jogar em Portugal, sem preferência por clubes embora não esconda as suas cores clubistas. “Desde pequeno que apoio o FC Porto mas se fosse para Portugal e me tornasse profissional, jogaria por qualquer equipa”, esclarece.

O avançado internacional luxemburguês torce pelo FC porto mas considera o Sporting o principal favorito à conquista do título. “Acompanho os jogos do campeonato português. O Sporting é mais favorito que os outros dois grandes e se for constante pode ser o campeão. Mas o FC Porto vai pressionar até ao fim. O Benfica está irregular dá ideia que a equipa não está unida”, analisa.

Bancário e futebolista

No Luxemburgo o futebol não é profissional. Os jogadores treinam em regime pós-laboral. “Trabalho num banco, levanto-me às seis e meia da manhã e trabalho até às 17h00. Tenho treino às 18h15. É um ritmo de vida intenso há quase dez anos. É mais cansativo e não tenho tempo de recuperação. Durante os jogos das selecções tenho dispensa do banco para estar concentrado nos estágios”, explica.

Daniel da Mota é 64 vezes internacional pela selecção do Luxemburgo. Equipa que recebe Portugal esta terça-feira, às 19h30. O jogo tem relato na Renascença e acompanhamento ao minuto em rr.sapo.pt.

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