22 mar, 2016 - 18:30 • Sílvio Vieira
"Cuidado” é o alerta que Fábio Espinho dá a Portugal para não ser surpreendido pelas aparências, na sexta-feira, quando defrontar a Bulgária.
A equipa escolhida pela Federação Portuguesa de Futebol para preparar a fase final do Europeu ocupa um modesto lugar 70 no ranking da FIFA, esteve longe da luta pelo apuramento e não tem nomes sonantes.
No entanto, “é uma selecção de qualidade”, na opinião de Fábio Espinho. O médio foi bicampeão búlgaro, foi orientado pelo actual seleccionador, Ivaylo Petev e jogou com grande parte dos jogadores que formam a equipa da Bulgária.
“[Petev] É um treinador que gosta que as suas equipas joguem bom futebol, em posse. Conhece os jogadores, muitos deles treinou-os no Ludogorets. Portugal terá que ter cuidado, porque é uma selecção de qualidade. Os jogadores não são muito conhecidos, mas têm qualidade. Creio que será um bom teste e será um jogo aberto”, observa, em entrevista a Bola Branca.
Arma brasileira
Entre os maiores destaques, Fábio Espinho aponta o nome de Marcelinho. O médio-ofensivo brasileiro, de 31 anos, poderá estrear-se e “é uma mais-valia”.
Ainda assim, o jogador português atribui “total favoritismo” à selecção nacional e adianta uma vitória, por 2-0, como prognóstico para o desafio de sexta-feira, em Leiria.
Meio-campo de estrelas com Renato a brilhar
Renato Sanches é o grande destaque da convocatória de Fernando Santos e, apesar dos 18 anos, Fábio Espinho pensa que o médio tem condições para estar no Europeu.
“Tem muita maturidade para a idade que tem. Joga no Benfica e quem joga a esse nível está preparado para jogar na selecção”, argumenta o jogador do Moreirense, que esta época já defrontou Renato Sanches em duas ocasiões.
O médio do Benfica é uma das inúmeras opções de qualidade que Fernando Santos tem para o meio-campo. “Uma dor de cabeça positiva”, defende Fábio Espinho, considerando que “é melhor ter cinco ou seis jogadores de grande qualidade para três posições do que ter só um”.
O título europeu e o sonho com a selecção
Muito confiante na qualidade da equipa portuguesa, o médio do Moreirense acredita que a selecção nacional “poderá ser a surpresa” do Europeu. No entanto, considera que os candidatos são outros
“A selecção portuguesa não tem história de conquistas. Alemanha, França, que vai jogar em casa, entre outras têm. Portugal poderá ser a surpresa”, refere.
Aos 30 anos, Fábio Espinho sabe que será difícil concretizar o sonho de representar a selecção nacional, mas revela, nesta entrevista à Renascença, que quando se transferiu para o Málaga, no início da época, chegou a criar uma verdadeira esperança
“Chegar à selecção nacional era um grande objectivo que eu tinha. As coisas correram-me muito bem na Bulgária e dei o salto para Espanha, para o Málaga. Quando cheguei a Espanha, sinceramente, levava isso em mente. Porque estando em Espanha e as coisas correndo bem seria uma grande montra. Mas temos que ser realistas, as coisas não correram bem, estou no Moreirense e torna-se muito mais difícil chegar à selecção nacional”, admite.
Fábio Espinho regressou em Janeiro ao futebol português e ao Moreirense, clube que representou antes de emigrar para a Bulgária. Foi bicampeão no Ludogorets Razgrad, jogou Liga dos Campeões e Liga Europa, e despertou o interesse do Málaga.
Esteve a primeira metade da actual temporada no clube espanhol, mas não conseguiu a afirmação. Formado no FC Porto, no início da sua carreira como profissional passou por Sporting de Espinho e Leixões.