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Júri que vai decidir quem fica com Casa do Douro acusado de parcialidade

09 abr, 2015 - 19:13 • Henrique Cunha

Associação da Lavoura Duriense admite a possibilidade de estarmos perante um caso de polícia.

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A Associação da Lavoura Duriense acusa de parcialidade o júri que vai decidir quem vai ficar com a Casa do Douro.

Em Janeiro foi lançado o concurso que vai seleccionar a associação de direito privado que vai suceder à associação pública Casa do Douro.

O resultado do concurso já deveria ter sido divulgado, mas questões burocráticas e processuais impediram até agora o anúncio do vencedor.

Em conferência de imprensa, a Associação da Lavoura Duriense acusa o júri e o secretário de Estado da Agricultura, José Diogo Albuquerque, de estarem a tentar entregar a Casa do Douro à Federação Renovação Douro, com fortes ligações à Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP).

"José Diogo Albuquerque esteve em Bruxelas a representar a CAP, pertence à CAP e vai voltar para lá. O assessor do senhor engenheiro Albuquerque é o engenheiro [Francisco Toscano] Rico. E daí eu dizer que há aqui promiscuidade e parcialidade. Porque é que o júri é constituído no IVV [Instituto do Vinho e da Vinha], em Lisboa? Porque o senhor engenheiro Rico transitou da Secretaria de Estado da Agricultura para o IVV e, pasme-se, leva consigo o processo Casa do Douro", criticou Ferreira.

Na conferência de imprensa, Alexandre Ferreira admitiu a possibilidade de estarmos perante um caso de polícia e acusou o secretário de Estado de estar a promover um concurso à medida dos interesses da CAP.

"Nem sequer nós, na Casa do Douro, pensávamos que isto ia a concurso e já havia reuniões da CAP com o senhor secretário de Estado em que a ordem de trabalhos era discussão do problema da Casa do Douro e do futuro da Casa do Douro", disse.

"A Casa do Douro anda a ser vendida, ou oferecida, há mais de um ano. Todo este processo de concurso é uma farsa. O processo foi um facto à medida. O processo foi feito para não aparecer ninguém a concurso", criticou.
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