15 set, 2015 - 15:40
O primeiro-ministro adiantou-se esta terça-feira ao Banco de Portugal, confirmando que as negociações para a venda do Novo Banco falharam e que não serão concluídas antes das eleições legislativas de 4 de Outubro.
Passos Coelho assegurou que o Governo não andou “a fazer força” para que a venda do Novo Banco ficasse concluída antes das legislativas.
“Não andámos a fazer força para que a venda fosse feita antes das eleições. Nunca fizemos tal pressão”, afirmou Pedro Passos Coelho ao fim da manhã aos jornalistas, em Évora, reagindo às notícias que dão conta de que o processo de venda do Novo Banco foi adiado para depois das eleições, e que tal será anunciado esta terça-feira pelo Banco de Portugal.
Afirmando que ainda não conhece o comunicado do Banco de Portugal, o primeiro-ministro disse que o Governo “respeita a decisão”. “Confiamos na forma como o Banco de Portugal está a proceder quanto à venda do Novo Banco”, referiu.
Passos Coelho adiantou que “assim que for do conhecimento do Governo - provavelmente a ministra das Finanças [Maria Luís Albuquerque] já terá conhecimento dessa matéria - não deixará de, em nome do Governo, fazer uma comunicação sobre isso”, disse.
“Na medida em que não fomos nós que determinámos o prazo para a venda do Novo Banco e que [esse prazo] foi estipulado pelo Banco de Portugal, respeitamos a decisão do Banco de Portugal”, reiterou.
Passos Coelho acredita que o Banco de Portugal “se decidiu isso [adiar a venda do Novo Banco] teve em conta o impacto que isso iria ter no sistema bancário”.
“Se o Banco de Portugal entende que a melhor oportunidade para não causar esse prejuízo é realizar a venda do banco depois da realização dos ‘stress tests’, eu respeito essa decisão do Banco de Portugal e espero que ela possa ir ao encontro de melhores decisões para a venda do banco”, vincou.
O primeiro-ministro recordou que “o Estado emprestou dinheiro ao Fundo de Resolução e esse empréstimo será devolvido ao Estado com juros”.
“Se houver algum resultado negativo na venda do Novo Banco, face ao que foi o valor da sua capitalização, esse custo terá de ser suportado pelo sistema financeiro português, portanto pelos bancos portugueses. Desejamos que não exista esse prejuízo ou que, ao existir, seja o menor possível”, afirmou.