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​Economista: Ainda há maneira de pôr contas de 2014 a salvo do Novo Banco

23 set, 2015 - 10:39

Tema do adiamento da venda já entrou na campanha eleitoral.

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O economista João Duque admite que o adiamento da venda do Novo Banco poderá pesar nas contas do défice de 2014, mas garante que ainda há forma de contornar este impacto.

“Pode acontecer que o adiamento da venda do Novo Banco venha a disparar o défice deste ano, mas acho que ainda há espaço para que isso seja trabalhado, em termos técnicos porque houve uma injecção de capital de empréstimo e não de tomada de posição, ainda, no Novo Banco. Pode haver um adiamento puro e simples de reconhecimento de injecção de capital por mais um tempo, isso poderia. Isso significava que o défice não era tocado no que diz respeito ao efeito do Novo Banco”, explica à Renascença.

A explicação surge nesta quarta-feira em que o Instituto Nacional de Estatística vai divulgar o valor final do défice de 2014. Com o adiamento da venda, e a confirmar-se que a capitalização afecta as contas de 2014 na totalidade, o défice do ano passado poderá ser agravado em 4.900 milhões.

A venda do Novo Banco é um tema que já entrou na campanha eleitoral. No comício de terça-feira à noite, em Viseu, o socialista João Galamba falou no assunto para garantir que “se trata de mais uma falsidade” do Governo.

Em Agosto de 2015, o Banco de Portugal, através de uma medida de resolução, tomou conta do Banco Espírito Santo (BES) e anunciou a sua separação, ficando os activos e passivos de qualidade num "banco bom", denominado Novo Banco, e os passivos e activos tóxicos, no BES, o "banco mau", que ficou sem licença bancária.

Para garantir a capitalização do Novo Banco, a instituição recebeu uma injecção de 4.900 milhões de euros por parte do Fundo de Resolução bancário, uma entidade gerida pelo Banco de Portugal e que detém 100% do capital do Novo Banco.

Deste montante, 3.900 milhões resultam de um empréstimo remunerado feito pelo Estado e o restante resulta de um empréstimo, também remunerado, feito por vários bancos a operar em Portugal e de capitais do próprio Fundo de Resolução.

O Novo Banco foi, entretanto, posto à venda e o Banco de Portugal identificou três potenciais compradores: a Anbang, a Fosun e a Apollo num processo que terminou mais de um ano depois da resolução e sem negócio fechado.

Na semana passada, a instituição liderada por Carlos Costa interrompeu o procedimento de venda do Novo Banco e anunciou que vai começar a preparar uma nova operação de alienação do banco.

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  • António
    23 set, 2015 Portugal 12:19
    Afinal o Novo Banco vai pesar na carteira dos portugueses. Mas será que nós nos resignamos a pagar a incompetência na gestão bancária.? Não será tempo de dizer basta? Depois da aventura do BPN ( que nos vai custar 7 mil milhões), não deveríamos ter aprendido? Somos assim tão burros e resignados?

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