23 set, 2015 - 12:11
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, desvaloriza os dados divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
"Trata-se apenas de um reporte estatístico, o que quer dizer que não tem qualquer influência no défice deste ano para o país, não tem nenhum impacto sobre a dívida portuguesa. Trata-se, portanto, apenas de uma contabilização estatística que não tem qualquer efeito no nosso dia-a-dia", garantiu, em declarações aos jornalistas em Arco de Valdevez, numa acção de campanha da coligação "Portugal à Frente".
"Da mesma maneira quando o Novo Banco vier a ser vendido e se ajustar
as contas relativamente ao Fundo de Resolução, o Estado quando receber os 3,9
mil milhões de euros isso também não terá nenhuma efeito nem na nossa dívida,
nem no nosso défice, terá apenas um impacto estatístico", acrescentou.
Em causa estão as previsões do INE para o défice de 2014. O documento divulgado esta quarta-feira confirma a inclusão da injecção de capital do Novo Banco, fazendo disparar o défice para os 7,2%.
O INE refere também que, no primeiro semestre de 2015, o défice terá ficado nos 4,7%. Passos Coelho continua a garantir que, no fim do ano, o défice vai ficar “claramente abaixo dos 3%”.
“Nós, do ponto de vista da execução orçamental, temo-nos vindo progressivamente a aproximar desse objectivo. Creio que mais uns dias, até ao final desta semana, serão conhecidos os números de Agosto da execução orçamental”, explicou Passos Coelho, acrescentando que as indicações de que já dispõe “são indicações avançadas do lado da receita, que são aquelas que obtemos mais cedo, são bastante positivas”.
“Teremos mais para o final da semana uma perspectiva sobre a evolução da despesa, mas os dados consistentes que tivemos ao longo de todo o ano apontam para que essa meta esteja ao nosso alcance”, rematou.