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​Bruxelas confirma. Défice de 7,2% em 2014 é “meramente contabilístico"

24 set, 2015 - 10:20

Injecção de capital no Novo Banco fez disparar contas públicas acima do previsto pelo Governo.

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O vice-presidente da Comissão Europeia responsável pelo Euro, Valdis Dombrovskis, considerou esta quinta-feira que o impacto da operação de capitalização do Novo Banco no défice de 2014 é uma questão meramente contabilística e que não exige medidas orçamentais compensatórias.

Numa declaração à Lusa, um dia depois de o Instituto Nacional de Estatística (INE) ter revelado que a capitalização do Novo Banco fez o défice orçamental de 2014 subir para 7,2% do PIB (contra os 4,5% reportados anteriormente), Dombrovskis salientou que se trata de uma operação conduzida no ano passado, que é contabilizada somente agora devido às regras estatísticas comuns da UE, mas que "não tem consequências no défice e na dívida de 2015" nem afecta a trajectória de correcção do défice excessivo.

Apontando que a situação não é única no sentido em que, "durante a crise, vários Estados-membros – Espanha, Portugal, mas também outros – tiveram de investir dinheiro público para recapitalizar bancos", o comissário considerou todavia que o impacto da operação é "pontual" e limitado ao ano passado, uma ideia que uma porta-voz da Comissão já transmitira à Lusa na véspera.

"Não tem consequências no défice e na dívida de 2015 nem no esforço estrutural em 2014 e 2015, o que constitui um parâmetro chave para a avaliação do cumprimento das regras orçamentais da UE. Por outras palavras, trata-se de uma questão meramente contabilística e não afecta o trajecto de Portugal de correcção do défice excessivo nem exige medidas compensatórias", considerou o vice-presidente do executivo comunitário.

Na mesma linha, a porta-voz Annika Breidthardt garante que "isto implica um impacto pontual no défice de 2014 e não tem consequências no défice de 2015", acrescentando que "não terá impacto no chamado esforço estrutural de 2014 e de 2015, que constitui, como sabem, a base de avaliação do cumprimento das regras orcamentais da União Europeia".

"Por outras palavras, esta operação não afecta o percurso de Portugal na correcção do défice excessivo", afirma.

Na quarta-feira, o INE divulgou também que o défice orçamental atingiu 4,7% do PIB no final do primeiro semestre de 2015, um valor superior à meta de 2,7% estabelecida pelo Governo para a totalidade do ano.

Portugal comprometeu-se a reduzir o seu défice para valores abaixo dos 3% até final de 2015 e, desse modo, sair do procedimento por défice excessivo.

Comentários
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  • Social Democrata
    24 set, 2015 Seixal 16:53
    O INE afirma que a taxa de desemprego é de uma determinada percentagem, nós aceitamos, porque vem de uma entidade publica competente; o INE diz que o défice público, no primeiro semestre do corrente ano ´e de 4,7% do PIB e nós aceitamos pelas mesmas razões. Quando o mesmo INE afirma que o défice publico, em relação ao ano de 2014, se fixou em 7,2% do PIB alguns já não aceitam. Então o INE é uma instituição credível ou não? Preocupa-me o défice para 2015. Se o seu valor para o 2º. semestre deste ano, já vai em 4,7% do PIB. Se se já se consumiu, nos seis primeiros meses 80% da despesa orçamentada, como vamos consumir apenas 20% nos restantes seis meses. Ao mesmo ritmo, no fim do ano consumiremos 160%, isto é mais 60% do que o previsto. Se o défice é de 4.7% só nos primeiros meses, em quanto o défice irá ficar, se iremos consumir mais 60% do que o previsto? Mais receitas, como? Cortes na despesa, como?
  • José Carlos Pereira Pires
    24 set, 2015 Lisboa 16:25
    Opiniões agudas e depois na Última Hora as opiniões estruturantes mas é sempre bom amigos e amigas para termos uma Borla...
  • Um Português
    24 set, 2015 Porto 15:53
    Venho aqui para lamentar a miséria da grande maioria de que aqui se lê nos comentários. Gente que não sabe o que significa uma BANCARROTA, como se lá em casa não houvessem aflições antes do fim do mês. De facto, há aqui portugueses que nada merecem a não ser ditadura. A Liberdade é nossa por Criação Divina, mas temos de Ser Responsáveis para a poder Viver na PAZ que tanto aspiramos. Acredito na Honestidade do PM e do Vice PM, pois contra tudo e contra todos, junto com o POVO conseguiram o que muitos poucos talvez não conseguissem. Saibamos agradecer-lhe essa vitória de PORTUGAL. Aos críticos digo: Saibam Construir pois é isso que o Povo e o País vos exige. Façam por Merecer PORTUGAL, fazendo por Ele o que deveis fazer, como seus Filhos. Deixem de ser medíocres. Sejam Homens de Valor. Viva PORTUGAL!
  • 24 set, 2015 14:41
    "meramente contabilistico" !!!! No acso BES também foi o contabilista. Mentirososr
  • matos
    24 set, 2015 fafe 14:10
    É triste e lamentavel, que a palavra défice tenha descido tao baixo. e os bem albardados da europa embarquem na dialetica. abencoados os que roubam em concluio com a ignorancia desde que protejam os pobres, nao é o caso
  • Alberto
    24 set, 2015 Funchal 14:09
    Bruxelas não percebe nada disto. Costa e Centeno é que sabem.
  • carlos
    24 set, 2015 lisboa 14:04
    Se este governo quisesse esconder manter o défice nos 4,7, bastava ter vendido o banco a qualquer preço. Acham que essa seria a melhor opçao? JÁ alguém pensou quanto custaria se o estado deixa-se ir à falencia o Bes? Já pensaram que andamos a mais de 35 anos que o Estado anda dar dinheiro para se fazer novas empresas, novos postos de trabalho e construir novas estradas, que beneficios tivemos? Não estará na altura de sermos nós, privados, a faze-los de acordo com nossas necessidade e capacidades?
  • José Silva
    24 set, 2015 Lisboa 13:23
    Os partidos de esquerda gostam de afirmar que os sacrifícios dos últimos anos não valeram a pena porque o défice mantém-se e a dívida aumentou. Pois imagine-se como estaria então o défice e a dívida sem os ditos sacrifícios!
  • Cidadão
    24 set, 2015 Fnc 13:05
    Aguardemos lá mais à frente e veremos o que significa o tal défice "meramente contabilístico"! Aliás, em coerência seria expectável outra opinião vida da Comissão Europeia? Não! Mais tarde, quando o "meramente contabilístico" começar a morder directa ou indirectamente no bolso dos cidadãos é que se avaliará essa conversa do meramente contabilístico! Alguém acredita que dão o que quer que seja? Vão vender o Novo Banco por valores que duplicam, triplicam o que lá foi metido? Não parece! Adivinhe-se quem pagará a factura? Quanta ingenuidade!
  • 24 set, 2015 13:00
    Quém acredita neste passinhos e portinhas? vasta lembrar o que dizia à 4 anos... isto não me surpreende... são uns mentirosos compulsivos. pessoas destas não podem ser P Ministro de um País. Onde está o Ministério Publico quando não pede responsabilidades a este senhores pela crise que propocionaram , motivando um custo de milhões de Euros ao País, só por conveniencia partidaria, na altura do irrevogável? Qual foi o objetivo se não meter mais pessoal do cds no gonverno e o portinhas subir de posto? Quanto a A.Costa só o vamos avaliar daqui a 4 anos quando vier novamente pedir o voto aos portugeses, pois não adianta fazerem colagens que isso a meu ver só vos atraiçoa. Quém foi responsável pelos Governos anteriores já foi avaliado, e que eu me lembre o A. Costa nunca foi P. Ministro. Abraço...

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