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Volkswagen “é ponta do iceberg”. Mercedes, BMW e Peugeot “distorcem dados”

28 set, 2015 - 14:12

Estudo revela "abismo" entre testes anti-emissões e desempenho real dos carros.

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O estudo “Mind the Gap” alerta que a diferença entre os resultados dos testes anti-emissões de dióxido de carbono nos automóveis e o desempenho real "tornou-se num abismo", passando de 8% em 2001 para 40% em 2014.

O estudo, da autoria da European Federation for Transport and Environment (AISBL), entidade que trabalha com a Comissão Europeia, foi divulgado esta segunda-feira pelo “Dinheiro Vivo”, revela que a Volkswagen "é ponta do iceberg" e que a "Mercedes, BMW e Peugeot distorcem dados".

O diário online reforça ainda que a Volkswagen "foi a primeira a ser descoberta, mas está longe de ser a única gigante da indústria automóvel a manipular os testes de emissões de gases poluentes".

"O sistema de testes aos automóveis para medir a economia de combustível e as emissões de CO2 está totalmente desacreditado. A diferença entre os resultados dos testes e o desempenho real tornou-se num abismo, passando de 8% em 2001 para 31% em 2012 e 40% em 2014. Esta lacuna irá aumentar para quase 50% em 2020, se nada for feito", lê-se no estudo.

Mercedes apresenta a maior discrepância

De acordo com o documento, em média, apenas um terço da melhoria das emissões reclamadas nos testes tem correspondência na estrada, desde que foram introduzidas regras em 2008.

"Os fabricantes de automóveis, não os condutores, são a causa do problema e do facto de os testes oficiais estarem a ser manipulados", diz o documento, que depois aponta exemplos concretos e destaca a Mercedes como a marca que "tem a maior diferença média entre o teste e o desempenho real", "com o consumo real de combustível a exceder em cerca de metade o [que mostra o] resultado de testes".

Os modelos classe A, C e E têm uma lacuna dos testes face ao desempenho real superior a 50%, enquanto na série 5 da BMW e no Peugeot 308 o fosso fica abaixo dos 50%.

O relatório refere ainda que nenhuma das melhorias nas emissões medidas em testes de carros Opel/Vauxhall desde 2008 teve correspondência na estrada e apenas um quinto da aparente melhoria das emissões provenientes do lançamento do Mark 7 VW Golf (carro mais vendido da Europa) foram alcançadas na estrada.

Investigar a tecnologia ilegal

"Tais diferenças não provam a utilização de dispositivos manipuladores por qualquer fabricante. No entanto, tornam imperativo o alargamento do âmbito de investigações sobre o uso desta tecnologia ilegal para falsificar os testes de CO2", frisa.

O relatório revela ainda que esta realidade leva os condutores a gastar em média mais 450 euros anualmente em combustível, comparado com o que seria esperado tendo em conta os resultados dos testes.

Uma das soluções, aponta, é a introdução de um novo teste global, o WLTP (Worldwide Harmonised Light Vehicles Test Procedure) a partir de 2017, mas este apenas será uma parte da resolução do problema, pelo que deve ser complementado com medidas para corrigir as deficiências graves no sistema da União Europeia de testes em carros, diz o estudo, apontando algumas delas.

Comentários
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  • Vítor Santos
    30 set, 2015 Porto 13:27
    Porreiro !. Já posso andar com o meu 106 GTI de 1996 mais descansado a poluir 195/200 Co2/mg.
  • rosinda
    29 set, 2015 palmela 01:43
    realmente o costa nao quer carros velhos na cidade afinal os novos sao mais poluentes!Eu gostava de saber o que pensa o pessoal da cultura sobre este assunto em vez de estarem preocupados em abanar o rabo ao costa!
  • Joao
    28 set, 2015 Amadora 16:41
    O Srº Costa, e a sua cambada, já podem deixar os carros mais antigos entrar no centro de Lisboa, porque pelos vistos, os carrinhos novos são mais poluntes do que os antigos... e agora? Emissões? Uma vergonha...
  • Couto Machado
    28 set, 2015 Porto 15:18
    Se a "estória" pega, qualquer dia passamos só a têr veículos a gasolina e a deitar ao "lixo" os veículos a diesel. Nos Estados Unidos, a maioria dos veículos utilizam gasolina, até os grandes camiões. Isto de reguladores e políticos, são uma "tropa" de se lhes tirar o chapéu. Vamos indo e vamos vendo.

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