02 out, 2015 - 11:57
O Ministério Público francês abriu esta sexta-feira uma investigação preliminar por "fraude agravada" contra o grupo alemão Volkswagen pelo escândalo dos motores a diesel adulterados para falsificar as emissões de gases poluentes.
Segundo fontes judiciais, a decisão foi motivada por "todos os elementos que apareceram nos meios de comunicação" sobre o caso e pela notificação apresentada por um cargo público da região de Paris, cuja identidade recusou dizer.
A investigação foi aberta por suspeita de "fraude agravada" numa mercadoria que pode ser perigosa para a saúde.
O grupo Volkswagen é suspeito de ter equipado veículos vendidos em todo o mundo com um software que permite falsificar os controlos antipoluição.
Quase um milhão de veículos a diesel vendidos nos últimos anos em França, das marcas Volkswagen, Audi, Skoda e Seat, foram equipados com o referido sistema.
Gases cancerígenos
A ministra da Ecologia francesa, Ségolène Royal, que anunciou a realização de testes aleatórios numa centena de veículos vendidos em França, denunciou o escândalo como "uma forma de roubo do contribuinte e do Estado", já que os veículos considerados 'limpos' beneficiam de prémios e de bónus fiscais.
Paralelamente à investigação do Ministério Público de Paris, numerosos processos contra o grupo alemão foram anunciados em França, por uma associação ecologista e também por proprietários franceses de veículos a diesel Volkswagen e accionistas franceses do grupo.
Processos judiciais foram interpostos em numerosos países, nomeadamente uma acção contra o grupo nos Estados Unidos.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) classificou em 2012 os gases libertados pelos motores a diesel como cancerígenos.
A 18 de Setembro, a Agência de Protecção do Meio Ambiente dos Estados Unidos acusou a Volkswagen de falsear o desempenho dos motores em termos de emissões de gases poluentes através de um software incorporado no veículo, incorrendo numa multa que pode ir até aos 18 mil milhões de dólares (cerca de 15,9 mil milhões de euros). Dois dias depois, a VW reconheceu ter falseado os dados em 11 milhões de veículos.
O novo administrador do grupo, Matthias Mueller, revelou que os carros equipados com o software, que falseava o desempenho dos motores relativamente às emissões poluentes, vão ser chamados à oficina. Os clientes vão ser contactados nos “próximos dias”.
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