26 out, 2015 - 11:09
O comissário europeu do Ambiente advertiu, em 2013, os seus colegas de que os fabricantes de carros estavam a manipular motores para passar nos testes de emissões poluentes, muito antes do escândalo da Volkswagen, noticiou o “Financial Times”.
Os dirigentes da União Europeia estavam ao corrente do problema dois anos antes de ser conhecido, mas permitiram que as brechas regulatórias permanecessem, segundo o “Financial Times”, que cita uma troca de correspondência entre responsáveis europeus.
O então comissário do Ambiente, Janez Potocnik, menciona o problema numa carta, datada de Fevereiro de 2013, endereçada ao comissário da Política Industrial, Antonio Tajani, de acordo com o jornal.
"Há preocupações generalizadas de que o desempenho [dos motores] tenha sido ajustado para cumprir o ciclo de testes, apesar de um significativo aumento das emissões fora desse contexto", escreveu Janez segundo o mesmo jornal.
A Renascença já tinha noticiado que a Comissão Europeia tinha sido alertada das irregularidades nos carros a diesel. A acusação foi feita por um dos advogados da Organização Transporte e Meio Ambiente, em entrevista à Euranet Plus.
A 18 de Setembro foram conhecidos publicamente os resultados de testes a emissões poluentes de viaturas equipadas com motores diesel do grupo Volkswagen, relativamente às marcas Volkswagen, Audi, Seat e Sköda, concluindo-se pela existência de viaturas equipadas com um dispositivo que permite a manipulação de informação relativa a emissões poluentes.
O grupo alemão admitiu em Setembro a existência de 11 milhões de carros nestas circunstâncias, e em Portugal, de acordo com informação divulgada pela SIVA, representante das marcas Volkswagen, Audi e Sköda, estima-se que existam cerca de 94 mil viaturas afectadas, mais 23 mil da marca Seat, totalizando 117 mil veículos.