05 nov, 2015 - 09:43 • Henrique Cunha, com Redacção
A generalidade do universo empresarial está preocupada com o momento de indefinição política, mas o secretário-geral da Confederação das micro, pequenas e médias empresas, José Brinquete, detecta um lado positivo na situação que o país está a viver, defendendo que, deste modo, não se tomam medidas prejudiciais.
“Esta situação de indefinição até permite que os micro e pequenos empresários não recebam ainda mais ataques do Governo como têm vindo a receber”, declara o dirigente à Renascença.
José Brinquete não deixa de se manifestar adepto da estabilidade política, mas sublinha que o momento não deixa de proporcionar algum alívio e conforto aos empresários, já que os últimos anos “foram dramáticos” para as empresas, com a carga fiscal a atingir ”os limites do razoável”.
Perigo para o consumo
Já o presidente da Associação das PME Portugal, Alves da Silva, adopta outra perspectiva, defendo que a questão, preocupante, da carga fiscal excessiva aliada à indefinição política é motivo de grande preocupação, porque o cenário é potenciador de retracção do consumo
“Em Outubro, caiu uma serie de impostos, depois de, em Setembro, se ter de pagar todas as despesas das escolas. É evidente que chegamos a Dezembro numa verdadeira desgraça em termos financeiros", afirma.
No mesmo sentido, o presidente da Associação Nacional das PME, Nuno Carvalhinha, sublinha as dificuldades decorrentes de o país viver sem orçamento.
“Eu não conheço um eventual programa de governo da esquerda. Também ainda não conheço o programa de governo da direita. Precisamos de ter um orçamento de Estado aprovado. Um Governo de gestão, ou em duodécimos, é algo muito dramático mesmo”, afirma.