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Alerta de governador. "Erros de política económica agora serão pagos com mais dor no futuro"

10 nov, 2015 - 10:18

Carlos Costa não nomeou partidos ou líderes políticos, apenas apontou eventuais erros à política económica.

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O governador do Banco de Portugal disse esta terça-feira que "todos os erros de política económica que se fizerem agora vão ser pagos em dois, três ou cinco anos, mas com muito mais dor".

Carlos Costa falava no decorrer de um pequeno-almoço/conferência em Madrid, organizado pelo Fórum Nova Economia, no qual fez um resumo da situação financeira e económica de Portugal ao longo dos anos da crise e apontou as principais lições e desafios que se colocam ao país.

As declarações de Carlos Costa surgem também no dia em que o parlamento português debate moções de rejeição ao actual Governo (da coligação PSD/CDS), abrindo a porta a um executivo minoritário do PS, mas com apoio parlamentar do Bloco de Esquerda e do PCP.

No primeiro dia deste debate, na segunda-feira, as taxas de juro da dívida portuguesa subiram para máximos de Julho e a bolsa portuguesa fechou em forte queda.

Carlos Costa não abordou especificamente a questão política, nem nomeou partidos ou líderes políticos, apenas apontou eventuais erros à política económica.

O governandor do Banco de Portugal afirmou que "uma política económica sustentável requer um grande ajustamento, que é muito difícil de impôr à população", sublinhando que não há muita margem para erros.

"Um erro é como uma droga. Ficamos dependentes e não mudamos o caminho. Ou melhor, a mudança de caminho é imposta pelo credor, pelo mercado. No fim dizem que já não é possível financiarem mais, que é preciso mudar de rumo. E quando dizem para mudar de caminho já é demasiado tarde, é porque o desvio foi demasiado grande", disse o governador do Banco de Portugal, vincando que isso significa que se perde os ganhos conseguidos ao longo do caminho, ou seja é "um desperdício de capital, de pessoas e de processo de desenvolvimento".

"Voltar à tendência [de crescimento e de consolidação fiscal] é muito difícil e é muito provável que não voltemos ao caminho em que estávamos", alertou.

Por isso mesmo, os desafios de futuro, segundo Carlos Costa, passam por "continuar a consolidação fiscal", fomentar o crescimento da economia, "equilibrar o orçamento" e "manter um orçamento primário em linha com os juros que vamos pagar".

Comentários
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  • zita
    10 nov, 2015 lisboa 14:20
    Nem tenho dúvidas de que isso vai ser uma certeza. Quando nós prometemos aquilo que não temos para dar porque antes esbanjámos é o que temos mais certo e vai pagar o justo pelo pecador!
  • carfer
    10 nov, 2015 Lx 12:47
    Ai sim???? Vê lá se acordas e fazes aquilo para que te pagam, coloca os funcionários a trabalhar, pois há conta da vossa colossal irresponsabilidade, andamos todos nós, remediados, a pagar os danos das administrações incompetentes do Banco de Portugal.
  • Mauricio Lopes
    10 nov, 2015 Senhora da Hora 12:29
    Evidente que vamos pagar bem alto a arrogancia e teimosia do Senhora Costa. O seu ego vai valer um segundo resgate como se vê já pela alta de juros. Donde se tira e não se poe acaba depressa.
  • Porconta
    10 nov, 2015 Porto 12:08
    Se tivesses vergonha na cara punhas o teu lugar á disposição ou mesmo saias pelo próprio pé, antes que alguém seja obrigado a convidar-te a sair, não tens credibilidade para dizer nada.
  • O
    10 nov, 2015 Tugalense 11:37
    Sr. Carlos Costa dizer que "O erro é como uma droga. Ficamos dependentes e não mudamos o caminho." reflecte realmente o estado de alma que o levou a tomar a decisão da resolução do BES. O Zé Povinho geralmente diz "errar é humano", ou " aprendes a errar", ou ainda "o erro é uma oportunidade de melhoria" mas agora "o erro é como uma droga". É caso para perguntar o sr já se drogou? E será que também não errou?
  • 10 nov, 2015 11:37
    O cobernador em nome de falar o que devia anda a semear terror por o mundo fora la vai vir o dia para ele pagar porque faz
  • Joca
    10 nov, 2015 Oeiras 11:36
    É impressionante o avanço conseguido pela direita na ocupação de órgãos de poder. Os decisores, comentadores e outros que tais de ideologia marcadamente neoliberal estão em todos os setores decisivos da sociedade. Talvez daí o desespero e falta de espirito democrático na aceitação da vontade de mudar demonstrada pelos eleitores
  • sergio rosa
    10 nov, 2015 val figueira 11:35
    Epa onde e que este estava? eu tambem quero uma casa, um ferrari, casa do campo, um mercedes, um lugar para dar festas para os meus e so meus amigos, ummm e tambem uma conta bem recheada, bem acho que nao me esqueci de nada, mas tambem nao faz mal eles lembram me, os meus amigos claro. e que trabalho muito e nem tempo tenho para gastar os euros que ganho, pouca sorte a minha..................
  • André
    10 nov, 2015 Lisboa 11:11
    Será que o Sr Governador não estará é a chorar porque os bancos já lhe foram fazer queixinhas que já tinham o acordo firmado com o atual governo para que qualquer levantamento de dinheiro, numa máquina multibanco, tivesse de pagar uma taxa de 2 euros? O governo liberal já tinha essa pronta a apresentar dentro das alterações a realizar no orçamento de 2016 e a partir de Março de 2016, qualquer pessoa que usasse um cartão de débito iria ter de pagar 2 euros para qualquer levantamento que realizasse numa máquina automática. É por causa disto que está a participar nas manifestações de direita?
  • JP
    10 nov, 2015 Lisboa 11:02
    Falta pouco tempo para o sr responder pelo que andou a fazer desde que está no BdP. BES e fundo de resolução e saber quem é quem. Onde começa o PAF e acaba o governador do BdP.

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