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Programa do PS não vai levar a novo resgate, garante Mário Centeno

11 nov, 2015 - 23:47 • Ricardo Vieira

Coordenador do cenário macroeconómico socialista garante que “Portugal não vai seguir a trajectória da Grécia” e admite disponibilidade para ser ministro das Finanças.

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O responsável pelo cenário macroeconómico do PS, Mário Centeno, afasta a possibilidade de um novo resgate financeiro a Portugal por causa das medidas constantes no acordo assinado entre os partidos de esquerda.

“Por causa das politicas que estão neste documento” não vai haver novo resgate, garantiu em entrevista à RTP3, em resposta a avisos lançados pela actual ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque.

O deputado socialista, apontado como futuro responsável pela pasta das Finanças, assegura que, “definitivamente”, Portugal não vai seguir a trajectória da Grécia” se o Presidente da República convidar o PS a formar Governo, com apoio parlamentar do Bloco de Esquerda, PCP e Verdes.

Romper com a austeridade e cumprir as regras

Mário Centeno defende um virar de página e uma “ruptura com esta visão de austeridade, mas dentro do Tratado Orçamental” e garante que não se trata de uma “quadratura do círculo”.

O economista defende que o “Estado tem que fazer um esforço para ser agente de mudança em Portugal”, cumprindo os défices e, simultaneamente, estimulando a economia e combatendo a pobreza e as desigualdades sociais agravadas nos últimos anos.

Nesse sentido, o acordo das esquerdas contém medidas para estimular a economia, como a redução mais rápida da sobretaxa de IRS, a baixa da TSU para trabalhadores com salários mais baixos e um crédito fiscal para trabalhadores pobres, que Mário Centeno classifica de “um novo escalão de IRS”.

Questionado como é que o défice vai baixar com uma quebra de receitas por causa das medidas, o responsável pelo cenário macroeconómico socialista argumenta que estes estímulos vão ter um efeito positivo na “economia, no consumo, nas empresas, no emprego, na capacidade que o país tenha de produzir e responder a essa procura”.

“Esta aceleração do desfazer do virar da página da austeridade é feita de forma controlada, atacando os maiores obstáculos ao crescimento de um país de forma sustentável”, sublinha.

Qual a "grande prioridade" de Governo PS?

Mário Centeno considera que a criação de emprego é a “grande prioridade” do PS, que para isso pretende avançar com medidas fiscais, essencialmente, destinadas às pequenas e médias empresas.

Se for Governo, o PS vai estudar uma alteração dos escalões de IRS. Mário Centeno não quer “quer aumentar a carga fiscal ao conjunto das famílias portuguesas”, mas admite que “se fizermos numa distribuição isso poderia acontecer. A fiscalidade em Portugal esta muito elevada para quem vive dos rendimentos do trabalho”.

A reversão das privatizações e subconcessões dos transportes públicos de Lisboa e Porto e da TAP está inscrita no programa de Governo do PS, apoiado pelos restantes partidos de esquerda, mas os “danos patrimoniais e orçamentais para o Estado serão sempre avaliados” antes de ser tomada uma decisão.

O deputado socialista mostra-se preocupado com a situação do Novo Banco, numa altura em que estão quase a ser conhecidos os resultados dos testes de stress que podem obrigar a um aumento de capital.

Questionado se está disponível para ser ministro das Finanças de António Costa, Mário Centeno afirma que neste momento está disponível e "livre" para desempenhar o cargo.

Comentários
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  • António Almeida
    13 nov, 2015 Lisboa 10:17
    O Teixeira dos Santos também disse até ao fim que estava tudo bem, mas afinal acabámos praticamente na Banca rota. As pessoas têm a memória curta, pois até o convidam para dar palestras de economia; comentários na TV, etc, como se ele percebesse alguma coisa (prática) do assunto......pois contra factos não há argumentos.
  • ms
    13 nov, 2015 funchal 08:49
    é mesmo?...então conseguiste um milagre!!!...mas é um milagre caro e que muita gente vai ter de pagar...deixa isso de economia e monta uma funeraria que é a tua verdadeira vocação.
  • Vasco
    12 nov, 2015 Santarém 21:16
    No meio de tanta euforia e ganância pelo Poder com tantas promessas está-me a parecer que ou a montanha irá parir um rato e muita gentinha de esquerda irá engolir muitos sapos logo a começar pelos próprios partidos de apoio ao senhor Costa ou então caímos uma vez mais na aventura socialista agora com o empurrão da extrema-esquerda e lá vamos nós de novo cair no fosso económico de onde ainda há bem pouco tempo saímos, aguardamos por qual das más sortes nos vai cair no prato.
  • Joao
    12 nov, 2015 Porto 19:15
    Deus nos acuda !!!!
  • g
    12 nov, 2015 18:36
    AAfinal primeiro dizem que pagam o subsídio de natal por inteiro e agora já se fala em ser pago também por duodecimos. Mas que vergonha é esta ?
  • Americo
    12 nov, 2015 Ansiao 10:56
    bom dia. Numa primeira abordagem só digo que sinto um arrepio ao ler estas linhas. Sabem, não me esqueço de 2009. O resultado foi o que foi.
  • artur carvalho
    12 nov, 2015 Lisboa 10:34
    Ai vai vai a ver pelas primeiras medidas-Relançar o consumo foi o que nos levou à ruína no tempo do desgoverno do Sócrates/ Costa.Contudo, as pessoas percebem isso e, mesmo que lhes sobre algum dinheiro no final do mês, vão poupá-lo.Este homem vive fora da realidade...Mais do mesmo e cá estaremos para pagar a factura todos...A bem da nação.
  • Luis
    12 nov, 2015 Lisboa 10:21
    Parece que ninguem duvida dele porque no parlamento ninguêm quiz fazer qualquer questão ao centeno.
  • José Soares de Pinho
    12 nov, 2015 Gafanha da Nazaré 09:24
    De palavreado está o mundo cheioe Portugal não se esquece que o último governo dos socialistas, oito dias antes de se ver obrigado a pedir o auxílio financeiro, dizia na boca do então 1º ministro e do seu ministro das finanças, que o país não necessitava de pedir o resgate e, já agora PALAVRA DADA, PALAVRA HONRADA.
  • rosinda
    12 nov, 2015 palmela 01:29
    parece que afinal o centeno nem contas sabe fazer!

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