14 nov, 2015 - 12:13
O Novo Banco chumbou no cenário mais adverso dos testes de ‘stress’ realizados pelo Banco Central Europeu (BCE), ao apresentar um rácio de apenas 5,5%, de acordo com os resultados divulgados este sábado.
Em comunicado divulgado após a divulgação dos testes de 'stress', o Novo Banco anuncia que vai vender a participação na companhia de seguros GNB
Vida (ex-BES Vida) e alienar outras participações não estratégicas para
reforçar os rácios de capital.
Estas vendas fazem parte do plano de reforço de fundos próprios que o banco terá de apresentar nas próximas duas semanas e foram anunciadas pelo Novo Banco e pelo Banco de Portugal em comunicados divulgados este sábado.
Neste cenário, foi detectada uma insuficiência de capital de 1.398
milhões de euros, que terá de ser colmatada no prazo de nove meses, até ao Verão
do próximo ano. Para já, em duas semanas a instituição liderada por Stock da
Cunha terá de apresentar um plano de reforço de fundos próprios, dos quais
constarão então a venda daquelas participações.
Segundo o comunicado do Banco de Portugal, o reforço de fundos próprios do banco, trazido pelas alienações, será complementado pelo também reforço de capital aquando da venda do Novo Banco, processo que o supervisor bancário vai agora retomar “de imediato”.
As dúvidas quanto às necessidades de recapitalização do Novo Banco foram um dos obstáculos à venda da instituição financeira, que em Setembro foi interrompida depois de terem falhado as negociações entre o Banco de Portugal e os três candidatos que chegaram à fase final.
Apesar dos resultados dos testes de stress conhecidos este sábado e das medidas que o banco agora prepara, em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o Novo Banco garantiu que a sua actividade continuará "com plena normalidade e sem perturbações".
Para o Banco de Portugal os resultados conhecidos este sábado estão “genericamente alinhados com as expectativas e reflecte a natureza específica de banco de transição”, que é o Novo Banco.
O Novo Banco foi criado no Verão do ano passado, após a medida de resolução que ditou o fim do BES.