21 dez, 2015 - 18:21 • Redacção com Lusa
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Que solução foi encontrada para o Banif?
O banco foi dividido em “banco bom” e “banco mau”. O “bom” foi vendido por 150 milhões de euros ao Santander, o “mau” terá um apoio público estimado de 2.255 milhões que visam cobrir contingências futuras, dos quais 489 milhões euros são da responsabilidade do Fundo de Resolução e 1.766 milhões de euros chegam directamente do Estado. A este valor que os contribuintes vão injectar no banco somam-se 825 milhões que entraram no banco de um total de 1.100 milhões que o Estado tinha injectado no Banif. No total, a Comissão Europeia diz que a ajuda do Estado pode ir até aos três mil milhões.
O dinheiro do Estado põe em causa o défice e os planos do Governo?
Sim. O défice deste ano já levou um aumento de um ponto percentual devido à injecção do Estado. O défice deverá ficar este ano nos 4%, mas tal não deve impedir Portugal de sair do procedimento por défice excessivo, segundo o ministro das Finanças, Mário Centeno. Nos próximos anos ocorrerá o restante impacto nas contas públicas. A secretária-geral adjunta do PS, Ana Catarina Mendes, garantiu que a intervenção do banco não mudará as políticas de “recuperação do rendimento dos portugueses”.
O dinheiro dos clientes está garantido?
Sim. A solução “garante a total protecção das poupanças das famílias e das empresas confiadas ao Banif, quer depósitos, quer obrigações seniores, bem como o financiamento à economia e a continuação dos serviços financeiros até aqui prestados”, disse o Banco de Portugal.
Sou cliente do Banif. O que muda na minha vida?
Os clientes podem realizar todas as operações como habitualmente, quer aos balcões, quer nos canais electrónicos. Os clientes do Banif passam a ser clientes do Banco Santander Totta e as agências do Banif passam a ser agências daquela instituição.
Havia outra solução?
O Banco de Portugal garante que não. No comunicado de domingo, anunciou que outra decisão levaria a “uma provável declaração de ilegalidade" por parte de Bruxelas ao auxílio do Estado ao Banif, o que “criaria uma gravíssima insuficiência de capital".
A opção, disse António Costa, “foi tomada tendo em conta a protecção dos depositantes, a defesa dos postos de trabalho, a salvaguarda da economia, em particular das regiões autónomas, e a defesa da estabilidade do sistema financeiro”.
Os postos de trabalho estão garantidos?
O Banif emprega 1.600 pessoas. António Costa disse no domingo que a solução encontrada era a que melhor defendia os postos de trabalho. Na segunda-feira, Mário Centeno disse que uma parte seria absorvida pelo Santander e outra parte pelo “banco mau”.
Havia outros candidatos à compra?
A administração do banco recebeu, na sexta-feira, seis propostas de compra. Foram conhecidas as ofertas dos bancos Santander e Popular, do fundo de investimento americano J. C. Flower, da Apollo e de um fundo sino-americano.
Qual o peso do Banif no sistema bancário português?
O Banif (em processo de reestruturação desde 2012) é o sétimo maior grupo bancário português e é líder de mercado nos Açores e na Madeira.
O problema podia ter sido resolvido antes?
Os partidos de esquerda e o PS estão convencidos de que sim e querem uma comissão de inquérito para fiscalizar o caso. A TSF deu a conhecer uma carta da comissária da Concorrência, Margrethe Vestagen, que reconhece que o problema do Banif foi adiado "devido à estabilidade financeira", e mais recentemente – em Dezembro de 2014 – "para não colocar em causa a saída de Portugal do Programa de Assistência Económica e Financeira", ou seja, para não perturbar a “saída limpa”.
O Banif continua cotado em Bolsa?
Não. A gestora da bolsa nacional decidiu retirar o banco do índice de referência da praça portuguesa. O PSI-20 que já só tinha 18 das 20 cotadas, ficará apenas com 17 títulos.