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Ministério Público analisa “caso Banif"

23 dez, 2015 - 07:36

Governo e esquerda acusam anterior executivo de negligência. Bloco de Esquerda falou mesmo em "crime" no Banif.

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O Ministério Público estará a analisar eventuais ilícitos criminais. A informação é avançada à agência Lusa por fonte da Procuradoria-Geral da República.

Em cima da mesa estão "os elementos que têm vindo a público relacionados com a situação do Banif", diz a resposta enviada.

Contudo, e de acordo com a mesma fonte, a Procuradoria-Geral da República "não recebeu, até ao momento, qualquer participação específica sobre a questão".

No domingo, o Governo e o Banco de Portugal optaram por vender o Banif ao Santander Totta, no âmbito da medida de resolução aplicada ao banco, cuja maioria do capital pertencia ao Estado português.

O Governo justificou a opção pelo resgate com "imperiosas razões de interesse público, pois não só visa impedir a liquidação do banco, o qual comportaria sérias consequências sociais, tais como o despedimento dos seus trabalhadores e a imposição de perdas aos respectivos depositantes".

António Costa reconhece, por outro lado, que a decisão acarreta “custos muitos elevados para os contribuintes”.

A operação "envolve um apoio público estimado em 2.255 milhões de euros, que visam cobrir contingências futuras, dos quais 489 milhões de euros pelo Fundo de Resolução e 1.766 milhões directamente do Estado", informou o Banco de Portugal, segundo o qual esta solução "é a que melhor protege a estabilidade do sistema financeiro português".

Para já, uma das consequências foi a necessidade de um Orçamento Rectificativo, de modo a cumprir a meta de 3% do défice. Mas também deverá haver implicações em termos políticos, sendo provável a criação de uma comissão de inquérito parlamentar, para a qual todos os partidos já mostraram disponibilidade.

Na segunda-feira, o Bloco de Esquerda (BE) acusou o anterior Governo de conduzir um "crime" no Banif e reconheceu preocupação "com as consequências de decisão que o Governo do PS" apresentou.

Segundo Mariana Mortágua, o executivo PSD/CDS-PP "ignorou sucessivos avisos da Comissão Europeia e recusou nada menos do que oito planos de reestruturação apresentados pela administração do Banif".

Acusou ainda Passos Coelho, Paulo Portas e os respectivos partidos de "encenar" a saída limpa de Portugal do programa de ajustamento, num "acto criminoso em nome de um puro interesse eleitoralista e político".

Em resposta às acusações, o ex-primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, considerou "absurdo" afirmar que o seu Governo "não resolveu este problema mais cedo" para não perturbar a saída do programa de ajustamento.

"O problema do Banif era um problema que era conhecido e que era conhecido do PS e de toda a sociedade portuguesa, não houve nenhum secretismo", afirmou ainda, na terça-feira.

A antiga ministra das Finanças, por seu lado, rejeita culpas no desfecho do caso do Banif e garante que a situação se agravou muito nas últimas semanas, já depois da queda do Governo a que pertencia.

Maria Luís Albuquerque admite, contudo, a existência de um problema de supervisão em Portugal.

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  • jrvaz
    04 jan, 2016 Viseu 12:09
    É lamentável que um banco seja intervencionado pelo estado, que dá mais credibilidade ao investidor e depois venha dizer que os acionistas, tiveram os lucros e arcam com prejuízos, quando nem sequer tiveram qualquer hipótese de venda, dado as ações estarem sempre a desvalorizar.
  • Miguel Alexandre
    23 dez, 2015 Lisboa 09:59
    ... ouvi no passado domingo, logo após as comunicações do 1º Ministro e do BdeP, o Sindicato dos Bancários (estrutura que supostamente defenderia TODOS os Bancários, a ficar satisfeito com a solução :-S Será que leram na integra a alínea f), do Ponto 1, do Anexo 3, da Deliberação da Reunião Extraordinária do BdeP do dia 20151220, às 23:30, disponível para consulta no Portal do BdeP? :-S Fica-se satisfeito quendo se despacha 1/3 dos trabalhadores (todos dos serviços Centrais do Continente) para um 'Veículo Financeiro' incerto? Se calhar está correcto, porque eles pelos vistos também são um 'activo (pelos vistos não...) tóxico'. GRANDE CONGRATULAÇÃO ... Eu teria era VERGONHA, nunca satisfação ...
  • Miguel Alexandre
    23 dez, 2015 09:57
    ... ouvi no passado domingo, logo após as comunicações do 1º Ministro e do BdeP, o Sindicato dos Bancários (estrutura que supostamente defenderia TODOS os Bancários, a ficar satisfeito com a solução :-S Será que leram na integra a alínea f), do Ponto 1, do Anexo 3, da Deliberação da Reunião Extraordinária do BdeP do dia 20151220, às 23:30, disponível para consulta no Portal do BdeP? :-S Fica-se satisfeito quendo se despacha 1/3 dos trabalhadores (todos dos serviços Centrais do Continente) para um 'Veículo Financeiro' incerto? Se calhar está correcto, porque eles pelos vistos também são um 'activo (pelos vistos não...) tóxico'. GRANDE CONGRATULAÇÃO ... Eu teria era VERGONHA, nunca satisfação ...
  • Paulo
    23 dez, 2015 vfx 09:19
    Mais uma investigação que vai dar em nada,vai-se gastar dinheiro ,no fim não há culpados,ninguém é responsável nem responsabilizado e manda-se arquivar......como sempre.
  • antonio Pereira
    23 dez, 2015 Barcelos 09:17
    Porque razão a comunicação social não publica as denuncias de crimes e abusos graves praticados pelos bancos? Será que alguém poderá opinar sobre esta minha questão?
  • bintoito
    23 dez, 2015 penteado 08:34
    É necessário apurar quem bufou para um canal de televisão a noticia de que o banco estava na eminência de ser liquidado. Com os resultados que se sabem e se essa seria essa a intenção.

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