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​Ministro das Finanças estima que liquidação do Banif poderia custar 10 mil milhões

23 dez, 2015 - 14:14

"Não havia outra forma de actuar", declarou Mário Centeno, na Assembleia da República.

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O ministro das Finanças estimou, esta quarta-feira, em cerca de dez mil milhões de euros os custos potenciais de uma solução que optasse pela liquidação do Banif e não pela agora aprovada resolução com venda.

Mário Centeno falava na Assembleia da República, momentos antes da proposta do Governo de Orçamento Retificativo para 2015 ter sido aprovada em votação final global com os votos do PS e de mais três deputados sociais-democratas da Madeira, abstenção do PSD e contra das bancadas do Bloco de Esquerda, PCP, CDS-PP, PEV e PAN.

Na sua intervenção final, o ministro das Finanças procurou comparar os efeitos das duas únicas soluções que disse ter pela frente no passado dia 18 em relação ao Banif - a resolução com venda, tal como propôs o Governo, e a liquidação.

"A sua liquidação tinha um custo que pode ser avaliado de duas formas. Olhamos para o activo e constatamos que são dez mil milhões de euros o ativo do Banif. Pois esse era a perda económica que estaria associada à sua liquidação", sustentou.

Mário Centeno procurou depois especificar as eventuais perdas nesse cenário. "Olhamos para aquilo que era perdido no momento da liquidação e víamos cinco mil milhões de euros de depósitos, 1,1 mil milhões de euros investidos no banco, 1,2 mil milhões de euros na componente dos credores, para além de 1600 postos de trabalho, mais os efeitos dinâmicos que se registariam sobre as economias regionais da Madeira e dos Açores", apontou.

Nesta situação, de acordo com o titular da pasta das Finanças, "não havia outra forma de actuar" por parte do Governo.

"Aquilo que o anterior Governo [PSD, CDS-PP] fez ao longo do tempo, sobretudo no que respeita à sua relação com as autoridades europeias, será seguramente avaliado pela futura Comissão Parlamentar de Inquérito ao caso Banif. Esta foi uma decisão difícil", disse, numa alusão à solução encontrada pelo Governo em relação ao Banif.

Mário Centeno lançou ainda dúvidas sobre a actuação do Governo em 2012, quando, no caso do Banif, "foi utilizado quase dez por cento da verba disponível [para reestruturação do sector da banca] no programa de ajustamento".

"Usou-se cerca de dez por cento da verba total quando a quota de mercado do Banif era de três por cento nos depósitos e nos 3,1 por cento nos créditos. Dez por cento para acudir a um banco que pesava três por cento no sistema e não foi encontrada uma solução", concluiu o ministro das Finanças numa crítica ao anterior executivo.

Troca de acusações

Antes da intervenção final de Mário Centeno, PS e CDS-PP envolveram-se numa troca de acusações, com o vice-presidente da bancada socialista João Paulo Correia a condenar o voto contra dos centristas face ao Orçamento Rectificativo para 2015.

"O CDS quer agora sair da fotografia das coisas más feitas pelo anterior Governo. Estamos perante a hibernação do CDS e a ressurreição do PP [Partido Popular]", declarou o dirigente da bancada do PS.

O deputado do CDS-PP João Almeida respondeu imediatamente: "Não saímos de nenhuma fotografia. Não queremos estar é na fotografia convosco", disse.

João Almeida insistiu depois que o CDS-PP "não concorda com a proposta do Governo" para o Banif, já que "prejudica gravemente os contribuintes".

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  • Paulo
    28 dez, 2015 vfxira 16:43
    Se não mudam rapidamente a lei,a seguir vai ser o BPI,depois o Montepio etc.....pois sabem que o povo é obrigado a pagar pelas suas vigarices e que se safam sempre bem.Um banco deveria ser como uma empresa,geriu mal.vai á falência e fecha portas,o povo tem informação mais que suficiente para colocar as suas economias onde quiser e onde achar que as deve ter.
  • julio
    25 dez, 2015 vila verde 08:28
    Os bancos vivem da especulação se acertão muito bem se não vai tudo para o lixo é facil ,
  • Paulo Doingos
    24 dez, 2015 Lisboa 09:46
    Sempre quero ver se cada empresa que ameaçar fechar portas, não pagando a credores e ameaçando despedir os seus trabalhadores o governo vai também injetar o dinheiro dos contribuintes para que tal não aconteça. Ou os bancos têm uma posição privilegiada relativamente aos restantes setores de actividade. Assim, é fácil ter bancos e ainda mais fácil é geri-los.
  • MANEL
    24 dez, 2015 AVEIRO 00:20
    Não compreendo porque considero-me analfabeto como muitos , mas alguma coisa eu compreendo os bancos tem nos seus quadros advogados contabilistas de primeira engenheiros professores catedráticos especialistas em enganar as pessoas também tem ladrões, . ou seja tem de tudo , como é possível acontecer uma coisa destas ,temos Drs.a mais,
  • José Silva
    23 dez, 2015 20:27
    O responsável das finanças da comissão administrativa precisa de 10000 mil milhões de murros na cabeça. Estes números são patéticos e areia para os olhos dos portugueses.
  • J. Simões
    23 dez, 2015 Lisboa 19:22
    Definitivamente o homem não acerta! Ou quererá ele encapotar algumas despesas? Não há pachorra para este "artista"!
  • Filipe
    23 dez, 2015 Filipe.pais@gmail.com 18:54
    Em Janeiro o BCE tomava conta do assunto, vocês não quiseram essa opção porque quiseram encobrir a gestão criminosa do Banif e quiseram salvar as contas de saldo superior a 100 mil euros, detidas na sua esmagadora maioria por familias abastadas do feudo portugues, amigalhaços de toda a vida e do mundo empresarial. Mas vocês são peritos em contornar as regras - que aliás já se encontram em vigor - e em passar facturas ilegitimas da vossa incompetência ao cidadão portugues. A vossa cumplicidade é tal que nem sequer vão entregar o dossier desta burla gigantesca ao Ministério Publico.
  • José Oliveira
    23 dez, 2015 Rio Tinto 17:48
    Todos os Portugueses vão ter que pagar aquilo que os nossos Governantes ditarem ,. senão penhoram-lhes tudo o que tem e mesmo o da família . Então e os causadores ??? Sim os CAUSADORES ???. Tantas Empresas foram à falência e ninguem se preocupou com os trabalhadores , com o ordenado mínimo, preso , ficaram desempregados , com podem sobreviver ? Pois estes trabalhadores (os patrões tambem são trabalhadores ) ("S:A:") (sociedade anónima) tiveram trabalho garantido e garanti9dos todos os direitos que tinham na empresa .. Isto sim ! É que é espírito NATALÍCIO ! Os sucecivos Governos , depois de Abril de 1974 Que se intitulam Democratas , tem pelo menos ,espírito Natalício Para, os outros são desempregados e trabalham degraça e que ganham um ordenado mínimo (imposto pelos sindicatos ( Confederações) dos Patrões)) Não tem direitos porque não tem espírito! FESTAS FELIZES
  • Paulo
    23 dez, 2015 vfxira 17:31
    Este "povo" é mesmo sacrificado,até quando continuaremos a pagar milhares de milhões para esta máfia que se instalou no sistema bancário e que têm o nome de banqueiros e que nada lhes acontece e continuam a viver á grande e á portuguesa?
  • Miguel
    23 dez, 2015 Portugal 17:22
    Desculpem lá, mas 10.000 milhões a quem?! E melhor: quem é que autorizou semelhante coisa?! Porque eu não fui de certeza, e é o meu dinheiro que lá vão enterrar!

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