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OE 2016

Costa não abdica de promessas eleitorais na negociação com Bruxelas

19 jan, 2016 - 14:07

O chefe de Governo conta entregar na sexta-feira uma primeira versão do documento. Tudo indica que só haverá Orçamento em vigor Abril.

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O primeiro-ministro garante que não vai abdicar das promessas eleitorais na negociação com Bruxelas sobre o Orçamento do Estado para 2016.

António Costa já tinha admitido que as negociações com Bruxelas podem ser “mais difíceis” do que com os aliados do Governo em Lisboa, mas esta terça-feira afirmou que não serão postas em causa medidas acordadas com as forças políticas que suportam o executivo.

O governante falava aos jornalistas numa conferência de imprensa na cidade da Praia, após uma reunião bilateral entre os governos de Portugal e de Cabo Verde.

O primeiro-ministro referiu que as instâncias europeias pretendem que o Governo, no âmbito da sua proposta de Orçamento, cumpra as reduções de défice nominal e estrutural “não alcançadas em 2015”, mas contrapôs que o seu executivo cumprirá os compromissos eleitorais assumidos, assim como as medidas que acordou nas parcerias estabelecidas com o Bloco de Esquerda, PCP e “Os Verdes”.

Questionado sobre o estado das negociações para a aceitação da proposta de Orçamento para 2016, António Costa referiu que, “como é sabido, a execução orçamental de 2015 não permitiu uma redução do défice estrutural como estava previsto”. “As instituições europeias, naturalmente, pretendem que em 2016 haja uma redução efectiva do défice estrutural que tenha em conta o que não foi alcançado em 2015. Portanto, estamos a conversar nesse sentido”, afirmou .

No entanto, o líder do executivo português quis “deixar claro desde já” que, embora “todos os orçamentos sejam necessariamente de compromissos, de tais compromissos não parte qualquer das medidas que constituíram um compromisso eleitoral, ou que resultaram dos acordos que estabelecemos com os nossos parceiros [Bloco de Esquerda, PCP e PEV] para a viabilização do Governo”.

“Estamos perante um exercício orçamental exigente e difícil, mas iremos conseguir obter uma redução do défice estrutural e do défice nominal sem sacrificar aquilo que são os compromissos assumidos com os portugueses e os compromissos assumidos com os nossos parceiros. Trata-se de uma garantia fundamental para a credibilização da vida política”, alegou o primeiro-ministro.

O esboço com as linhas gerais do Orçamento do Estado para este ano deve ser entregue em Bruxelas na sexta-feira e a proposta de lei do Orçamento não dará entrada no Parlamento antes da primeira semana de Fevereiro. As datas foram avançadas pelo primeiro-ministro em conversa com os jornalistas no voo para Cabo Verde. Tudo indica que só haverá Orçamento em vigor Abril.

A Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) estimou esta terça-feira que, para cumprir a meta do défice de 2015, revista para os 3%, é preciso que o défice seja de 1% no último trimestre, o que é "exequível" mas "exigente".

Homenagem a Almeida Santos

O primeiro-ministro está em Cabo Verde e não vai antecipar o regresso a Portugal para participar no funeral de Almeida Santos.

“Vou manter o programa oficial e, certamente que na quarta-feira, que é um dia muito importante em Cabo Verde - o Dia dos heróis da Nação - certamente que haverá ocasião para também prestarmos uma homenagem a Almeida Santos. Como disse o primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Neves, Almeida Santos teve também um papel decisivo na História de Cabo Verde”, disse.

Logo na sua primeira declaração, na conferência de imprensa, Costa referiu-se ao papel desempenhado por Almeida Santos, enquanto ministro da Coordenação Interterritorial após o 25 de Abril de 1974, para a concretização das independências dos países africanos de expressão oficial portuguesa – “um processo que pudemos celebrar no ano passado quando fez 40 anos”.

“Estamos perante um momento de tristeza partilhada por todos e a melhor forma de rendermos homenagem ao seu combate e luta pelo que nos legou é prosseguirmos este novo ciclo histórico que se abriu há 40 anos quando se firmaram os acordos pela independência, designadamente de Cabo Verde”, declarou.

Comentários
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  • Amós
    19 jan, 2016 Mesopotanea 21:44
    O Costa já não está preocupado com o orçamento?! Mas estava preocupado antes de fazer o assalto à assembleia da República !.Dizia que o País tinha de ter governo para ter um orçamento. Agora não está com pressa do orçamento! Diz que só em Abril! Ele, a onde estará no próximo mês de Abril? Talvez tenha fugido para a índia.
  • Jorge
    19 jan, 2016 Coimbra 19:19
    Lá para Setembro, Outubro temos de volta a troika. De facto se esta gente da esquerda diaboliza tanto os credores, a coisa é simples de resolver, não lhes peçam mais dinheiro emprestado e governem-se com o que têm. Mas até lá têm que pagar o que devem! Que esta coisa de viver com o dinheiro dos outros, dá sempre mau resultado!
  • Carolina Saraiva
    19 jan, 2016 Lisboa 18:47
    Não vou perder muito tempo com considerandos,apenas vou dizer que a curto prazo vamos bater na parede.Ou seja vamos voltar a 2011, ano da banca rota.Não sou especialista em "bocas" nem economista,mas a minha experiência diz-me que estamos a seguir um caminho que nos vai levar ao precipício e não vai levar muito tempo.Portugueses olho aberto, porque desta vez vai ser pior.Por isso pensem no futuro e no aprovisionamento.Intuição de quem tem os olhos bem abertos e lê os companheiros estrangeiros que já estão com orelhas em bico e a sugerir que vai haver novamente desgraça.
  • Eborense
    19 jan, 2016 Évora 18:39
    Quando o País falir novamente e não vai demorar muito, tem que abdicar das promessas. Não haverá dinheiro para a festa xuxalista e portanto, não haverá promessas a cumprir.
  • éistoé!
    19 jan, 2016 laranjapodre 17:20
    O coelho é que era bom e verdadeiro. Até parece que as pessoas agora vivem melhor. Podem ser todos mentirosos mas o coelho ganha o primeiro prémio
  • LoseGomesL
    19 jan, 2016 Lisboa 15:07
    De cada poro do corpo do costa comunista sai uma mentira de cada vez que respira.

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