Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Estudo. Casal com dois filhos devia poder gastar 766 euros/mês em alimentação

26 jan, 2016 - 17:50

Dados constam do projecto-piloto para o desenvolvimento de uma metodologia comum na Europa para Orçamentos de Referência.

A+ / A-

Um casal com dois filhos deveria poder gastar por mês 766 euros em alimentação para viver condignamente e, como em média, os portugueses gastam um quarto do seu rendimento com alimentação, teria de auferir cerca de 3 mil euros.

Os dados, provisórios, relativos aos orçamentos familiares de despesa alimentar, constam do projecto-piloto para o desenvolvimento de uma metodologia comum na Europa para Orçamentos de Referência, que, em Portugal, esteve a cargo de uma equipa de investigadores coordenada por José António Pereirinha, professor do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), da Universidade de Lisboa.

Em declarações à agência Lusa, o coordenador para Portugal explicou que se trata de um projecto europeu com vista a definir uma rede de peritos, encontrar um quadro teórico e uma metodologia comum, bem como um orçamento de referência alimentar para as capitais dos países.

De acordo com José António Pereirinha, foram definidos cinco tipos de famílias: homem adulto, 40 anos, a viver sozinho; mulher adulta, 40 anos, a viver sozinha; casal de adultos, 40 anos, sem filhos; mulher adulta, 40 anos, com dois filhos (rapaz 10 anos e rapariga 14 anos); casal de adultos, 40 anos, dois filhos (rapaz 10 anos e rapariga 14 anos).

"Podemos dizer que um casal com dois filhos deve poder ter rendimento que lhe permita gastar 766 euros por mês em alimentação", adiantou o responsável.

Para este valor contam 665,65 euros para o cesto de compras, onde se inclui não só a comida saudável, como os equipamentos de cozinha ou a alimentação que é requerida para ter uma actividade física, e 100,34 euros em funções sociais que a alimentação também tem.

"Isto quer dizer que para viverem dignamente têm de ter isto e mais o resto e o resto é habitação, vestuário, transportes, etc.", apontou.

José António Pereirinha frisou que não é possível ainda tirar qualquer ilação relativamente ao valor total do rendimento que a família deve ter para viver com dignidade, mas apontou "que, em média, as famílias portuguesas gastam em alimentação um quarto das suas despesas totais".

Este estudo, apresentado publicamente na segunda-feira, teve em conta a despesa com alimentos, os equipamentos de cozinha e com o que é gasto com a função social da comida, ou seja, receber convidados em casa, comprar comida fora, comer em restaurantes, celebrações ou despesas em viagens ou férias.

O estudo mostrou que os portugueses revelaram sensibilidade em relação aos aspectos culturais como a socialização que é feita à volta da comida, olhando para estes aspectos como necessidades.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Jorge
    26 jan, 2016 Lisboa 19:00
    Um casal de trabalhadores previamente falidos porque já estão a viver acima das suas possibilidades a comer carne de vaca e robalo não pode ser comam sandes...

Destaques V+