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Comércio alerta que OE 2016 pode fazer disparar economia informal

09 fev, 2016 - 03:31

Confederação do Comércio e Serviços vai ser recebida esta terça-feira pelo primeiro-ministro. O “enorme carga fiscal” sobre os veículos e transportes é outra das preocupações que vai estar em cima da mesa.

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O presidente da Confederação do Comércio e Serviços (CCP) revela estar preocupado com a “enorme carga fiscal” sobre os veículos e transportes e com o agravamento das taxas no uso de cartões bancários, que pode levar a um aumento da economia informal.

Em declarações à Renascença, João Vieira Lopes diz que essas sãos algumas das principais questões que quer discutir, esta terça-feira, com o primeiro-ministro, António Costa.

“Primeiro, tem a ver com a enorme carga fiscal que vai recair sobre o sector automóvel e dos transportes. Têm muita gente em termos de emprego, em particular os transportes de passageiros, quer os transportes de mercadorias, que são estratégicos em termos de exportação e dos custos globais dos produtos.”

O presidente da CCP quer “perceber melhor qual é o tipo de compensação fiscal que o Governo está a pensar realizar em termos dos grandes operadores na área dos transportes de passageiros e de mercadorias”.

Outro motivo de preocupação para as empresas é o agravamento do imposto de selo sobre o crédito ao consumo. João Vieira Lopes antecipa já algumas consequências que podem resultar no aumento da economia informal, acabando por lesar os cofres do Estado, em vez de gerarem maior receita.

“Vai haver uma desmotivação da utilização de cartões, um aumento das vendas em dinheiro líquido, o que vai dificultar o controlo fiscal em relação aos movimentos de todas as empresas no mercado”, adverte.

Para os empresários, outra nota negativa no Orçamento do Estado para 2016 é o facto de se manter a taxa de IRC em 21%, ao contrário da redução que estava prevista pelo anterior Governo.

João Vieira Lopes considera que a redução devia continuar, mesmo que fosse a um ritmo mais lento, porque é importante para atrair investimento estrangeiro.

De positivo, para já, o presidente da CCP vê o facto do Governo de António Costa estar empenhado na simplificação administrativa, o que também é importante para as empresas e para a redução dos chamados custos de contexto.

O primeiro-ministro começa esta terça-feira à tarde a receber os parceiros sociais para discutir o Orçamento do Estado.

Muitas das preocupações são partilhadas por todos os sectores empresariais, por isso António Costa decidiu fazer uma reunião conjunta com os presidentes da Confederação da Agricultura, da Indústria, Comércio e Serviços e Turismo.

Na quarta-feira será a vez de o primeiro-ministro discutir o Orçamento do Estado para 2016 com as centrais sindicais.


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  • Rui Miguel dos Santo
    09 fev, 2016 Guarda 10:25
    Tanta conversa sobre a taxa dos cartões de crédito. Será que ainda não perceberam que é de 4% sobre a comissão do banco e não 4% sobre as compras. E se esses 4% já são cobrados sobre a comissão de uma transferência bancária, porque não deveriam ser cobrados sobre uma comissão de pagamento MB, que no fundo é uma transferência bancária?
  • André
    09 fev, 2016 Lisboa 09:05
    A dos custos de transporte não pega... a grande maioria das empresas que a CCP representa, são revendedores. Por isso, a "carga fiscal sobre os transportes" deve dar menos de 0,0005% de subida de custos anuais. Por outro lado, estão a usar o mesmo sistema que os governos anteriores usaram para criar a gigantesca base de dados do e-factura e dos recibos online. Com a bandeira do controle de fugas ao fisco, criaram um sistema que as consultoras financeiras podem usar, poupando milhares de milhões de euros em estudos de mercado. E o sistema é algo similar ao que acontecia nos países comunistas, onde toda a atividade económica era controlada pelo estado. Não é interessante que os partidários de direita impuseram um sistema de controle de finanças igual aos seus "inimigos"? Tudo para ajudar as consultoras financeiras amigas que trabalhavam com eles.

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