10 fev, 2016 - 15:29 • Sandra Afonso
A consultora PWC considera que para as empresas de transporte de mercadorias, de transporte público de passageiros e de táxi poderem deduzir em sede de IRC até 120% dos gastos com combustíveis, os restantes contribuintes vão acabar por pagar esse benefício.
Como? Mediante os seis cêntimos de aumento a aplicar no Imposto Sobre Produtos Petrolíferos (ISP).
O ministro das Finanças garantiu que esta subida não teria impacto sobre a economia. Mário Centeno esclareceu que estava previsto um benefício fiscal para as empresas que prevê uma majoração de 20% no abatimento dos custos com combustível.
“Olhando para essa majoração, antevendo que há um aumento fixo para os consumidores finais e que há benefícios atribuídos a empresas e ao sector público, quem acabará por pagar o aumento Imposto Sobre Produtos Petrolíferos (ISP) serão os particulares - os consumidores finais - obviamente”, explicou à Renascença Hugo Salgueirinho Maia, da PWC (PricewaterhouseCoopers).
Mas este Orçamento não fica por aqui e os condutores podem ainda contar com vários agravamentos fiscais, até 15%. “Temos um aumento médio de meio ponto percentual no Imposto Único de Circulação (IUC) e no Imposto Sobre Veículos (ISV) temos um aumento significativo, entre os 5 e os 15%”, lembra o mesmo fiscalista.
“Numa altura em que estamos com alguma recuperação, o sector vai ser penalizado durante o próximo ano com este aumento bastante significativo de impostos, tanto na componente de cilindrada como na componente ambiental”, acrescenta.
As novidades fiscais sobre o Orçamento do Estado de 2016 foram dadas às confederações patronais durante a tarde de terça-feira, em São Bento.