22 fev, 2016 - 11:11
O fim do espaço de livre-circulação europeia de Schengen custaria pelo menos 470 mil milhões de euros em dez anos aos países da UE, indica um estudo alemão publicado esta segunda-feira.
A reinstalação de controlos de fronteiras na Europa, um cenário cada vez mais provável devido à crise dos refugiados, traduzir-se-ia por "aumentos maciços de custos e preços", de acordo com o estudo do Instituto Prognos, encomendado pela Fundação Bertelsmann.
Estes custos teriam repercussões fora da Europa, devido a um aumento dos preços das importações. O estudo indica que o fim de Schengen iria custar 91 mil milhões de euros em dez anos aos Estados Unidos e 95 mil milhões à China.
Os controlos de fronteiras implicariam mais custos com pessoal e também mais custos de armazenamento, por não ser possível garantir entregas de última hora, indicou o instituto.
Num cenário otimista, os custos de produção na UE aumentariam 1%, representando um custo acumulado de 470 mil milhões de euros sobre o Produto Interno Bruto (PIB) da UE em dez anos (2016-2025). Para a Alemanha, a fatura seria de 77 mil milhões de euros, e para a França de 80 mil milhões.
O PIB anual da UE ronda os 15 biliões.
Num cenário pessimista, em que os custos de produção aumentassem, em média, 3% teria um custo para a UE de 1,4 biliões de euros, dos quais 235 mil milhões para a Alemanha e 244 mil milhões para a França.
"Se as fronteiras forem reinstaladas, o crescimento já fraco da Europa vai ficar sob maior pressão", comentou Aart De Geus, presidente da Fundação Bertelsmann. "No fim, são os cidadãos que vão pagar esta factura", afirmou.