25 fev, 2016 - 16:02
O plano de reestruturação do Novo Banco implica a saída de mil funcionários já este ano, dos quais 500 trabalhadores devem deixar a entidade no âmbito de um despedimento colectivo, informou esta quinta-feira a comissão de trabalhadores do banco. A informação foi confirmada à Renascença por fonte oficial do banco.
"No seguimento do plano de reestruturação imposto pela União Europeia e que já se encontra em curso, o banco terá que reduzir em 2016 cerca de mil postos de trabalho, sendo suposto que 500 sejam através do recurso a um despedimento colectivo", lê-se num comunicado divulgado pela Comissão Nacional de Trabalhadores (CNT) do Novo Banco.
Os membros da CNT reuniram-se esta quinta-feira com o Conselho de Administração do Novo Banco, num encontro que contou com a presença do presidente Eduardo Stock da Cunha. Na reunião foi comunicada aos trabalhadores a intenção de despedir pessoal foi comunicada.
"A CNT brevemente irá ser informada dos critérios a serem utilizados, bem como das estruturas que poderão vir a encerrar", revelou a entidade, que se mostra totalmente contra esta solução. "Não aceitamos nem pactuamos, de forma alguma, com despedimentos colectivos no nosso banco.”
A CNT vincou que "os trabalhadores do Novo Banco são profissionais sérios e honestos, não tendo quaisquer responsabilidades sobre o que se passou com o BES, em Agosto de 2014", prometendo "lutar até ao limite" pela manutenção de todos os postos de trabalho e pela manutenção dos direitos adquiridos.
"Solicitamos a todos os trabalhadores que não assinem qualquer documento, sem previamente consultarem a CNT ou o seu sindicato", diz.
Menos pessoal, menos agências
No ano passado, o Novo Banco cortou o número de colaboradores em 411 para 7.311 funcionários e reduziu 40 agências para um total de 635, de acordo com os números apresentados na quarta-feira pela instituição durante a divulgação das contas de 2015.
O número de trabalhadores no mercado doméstico baixou para 6.571 colaboradores no ano passado, menos 261 do que em 2014, e foram encerradas 35 agências para um total de 596 em Portugal.
Já na actividade internacional o quadro de pessoal foi reduzido em 150 trabalhadores para um total de 740 e o número de balcões baixou para 39, menos cinco do que em 2014.
Mas a redução da capacidade instalada do banco, quer em Portugal, quer no estrangeiro, não fica por aqui, segundo o líder da entidade, Eduardo Stock da Cunha.
"Desde Janeiro temos vindo a falar com alguns colaboradores da casa sobre a sua saída. Por respeito institucional, vamos propor primeiro [o plano de redução de efectivos] às estruturas de trabalhadores e aos sindicatos, bem como às autoridades relevantes, antes de o anunciar publicamente", assinalou Stock da Cunha.
O gestor falava durante a conferência de imprensa de apresentação de resultados do Novo Banco em 2015, marcados por um prejuízo de 980,6 milhões de euros.