25 fev, 2016 - 20:18
O líder do PSD defendeu esta quinta-feira que o Governo deve esclarecer rapidamente que não tenciona fazer a nacionalização do Novo Banco, considerando que ameaçar com esta possibilidade piora a perspectiva de venda.
“Julgo que era importante que o Governo esclarecesse rapidamente que não tenciona deixar nenhuma porta aberta para a nacionalização do banco”, afirmou Pedro Passos Coelho, em Ponta Delgada, Açores, ao ser questionado sobre a possibilidade da saída de 500 trabalhadores em 2016, no âmbito do plano de reestruturação do Novo Banco.
Para Passos Coelho, “compete, nesta altura, à administração do próprio banco e, neste caso, também, ao fundo de resolução e ao Banco de Portugal, que é quem têm a responsabilidade de proceder à venda do Novo Banco, avaliar na sua comunicação com os investidores o que é que é preciso fazer e dizer para, de alguma maneira, melhorar a perspectiva de venda do banco”.
“Agora, há uma coisa que eu sei, não é a ameaçar com nacionalizações que se melhora essa perspectiva, pelo contrário”, sustentou.
Para Passos Coelho, a administração do banco e do Banco de Portugal, que está a liderar a alienação, “deve ser encontrada uma estratégia que possa transmitir confiança ao mercado quanto ao trabalho que está a ser realizado dentro da instituição bancária, de modo a que os investidores acreditem que vale a pena vir a comprar”.
Questionado se, face ao anúncio dos prejuízos e à possibilidade de saída de trabalhadores, este é o “timing” para avançar com a venda, o presidente do PSD considera que é o Governo e o Banco de Portugal que nesta altura “devem fazer a comunicação ao mercado sobre o que são as intenções”.
“O mais que alguém que estivesse na posição de primeiro-ministro deveria fazer, parece-me, era chamar a atenção para a necessidade, em primeiro lugar, de não complicar o processo da venda, para não piorar as perspectivas de venda, e, em segundo lugar, dizer que era melhor que a administração do banco e o fundo de resolução apresentassem um programa rapidamente que oferecessem garantias ao mercado de credibilidade para a venda do banco, clarificando que o Estado não iria nacionalizar o banco. Isto era aquilo que eu diria se fosse primeiro-ministro, mas não sou”, declarou Passos Coelho.