O plano B é o plano A. Portugal terá mesmo que aplicar medidas adicionais

07 mar, 2016 - 18:08 • Vasco Gandra, em Bruxelas, com Lusa

O Governo está a preparar um pacote de medidas alternativas para garantir que o OE cumpre as normas europeias, diz o Eurogrupo. Segundo o comissário europeu Pierre Moscovici, a questão não é se as medidas serão aplicadas, mas quando.

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O comissário europeu dos Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, disse esta segunda-feira que as medidas orçamentais adicionais que o Governo português ficou de preparar terão mesmo que ser implementadas e indicou que abordará o assunto em Lisboa na quinta-feira.

Questionados no final de uma reunião do Eurogrupo sobre o facto de a declaração adoptada esta segunda-feira tarde pelo fórum de ministros das Finanças da zona euro indicar que o Governo português está a preparar medidas para serem implementadas “quando necessário”, para garantir que o orçamento de 2016 cumprirá o Pacto de Estabilidade e Crescimento, e não “se necessário”.

O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem disse em tom irónico que iria reflectir na diferença entre os termos e desafiou Moscovici a abordar o assunto, o que o comissário fez de forma taxativa.

“Eu posso explicar a diferença entre ‘se’ e ‘quando’ na declaração: significa que essas medidas terão que ser implementadas, e eu estarei em Lisboa na quinta-feira para discutir isso com o ministro das Finanças e com o primeiro-ministro”, declarou Moscovici.

Preocupação renovada

O Eurogrupo confirma que o Governo está a preparar medidas adicionais para garantir que o Orçamento do Estado cumpre as normas europeias.

Na declaração desta segunda-feira, os ministros das Finanças reafirmaram a posição da última reunião sobre os riscos de Portugal poder não cumprir as normas do Pacto de Estabilidade.

O Eurogrupo informa que voltará a analisar a situação de Portugal na Primavera, no âmbito do procedimento por défice excessivo, à luz dos dados orçamentais validados pelo Eurostat, o gabinete de estatísticas da UE e do programa de estabilidade que o Governo apresentar.

Em Fevereiro o Eurogrupo já tinha manifestado sérias preocupações com a capacidade de o Governo de António Costa conseguir cumprir o Pacto de Estabilidade, que coloca limites sobre o défice.

[Actualizado às 19h32]

Comentários

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Luís Santos
08 mar, 2016 Alfarelos 00:22
Agora é que vamos ver a "LEALDADE" da CGTP aos Trabalhadores. Será que se vão portar como os sindictos em Ditaduras Comunistas ou em Democracia?
Eugénio Pinti
07 mar, 2016 Geraldes 23:17
Estes senhores da UE deviam por a sua arrogância num certo "sitio" e RESPEITAR o GOVERNO de uma NAÇÃO INDEPENDENTE com 900 anos de História. Com o Governo anterior era só "beijinhos" e até estiveram cegos com o Banif e obrigaram a vender aos espanhóis qd havia um comprador institucional americano k até pagava mais!... E depois temos k gramar o défice ultrapassar os 3 por cento! Só estarão descansados qd conseguirem colocar cá novamente um Governo neo liberal. Tenham vergonha e deixem-nos em PAZ. Ou só qd os nossos ordenados estiverem todos ao nível dos chineses?
Porconta
07 mar, 2016 Porto 22:04
Eu só espero que o PM e o Ministro das finanças, digam a esse senhor e em publico o que ele precisa de ouvir ele e mais alguns e não tenha medo que a maioria dos Portugueses estará com ele.
Burgesso
07 mar, 2016 Aldeia de sande 21:41
Pois eu acho que o governo devia fazer frente a esses gajos de Bruxelas...pelo menos até acabar o dinheiro nos Multibanco. Devíamos seguir o bom exemplo da esquerda grega! E pedir mais uns resgatesitos para acabar com a austeridade.
Rodrigo
07 mar, 2016 Porto 21:26
Mas onde é que nós estamos? As medidas são anunciadas em Bruxelas com esta arrogância? Não há qualquer respeito por um governo soberano? Agora a ditadura da UE nem é disfarçada? é esta a Europa do futuro? Nem solidariedade nem respeito pelas instituições? Este senhor até pode ter razão mas não podem ofender assim publicamente um governo e têm de ser postos na linha.
carlos
07 mar, 2016 Lisboa 20:38
Quiseram ir para a moeda única agora toma lá eles querem controlar o pais através das politicas de direita obrigando o governo a implementar medidas de austeridade de forma a romper com os acordos à esquerda não acordem não portugueses.
Vasco
07 mar, 2016 jose53.com@sapo.pt 20:35
Para satisfazer as exigências quer da Comissão Europeia quer do Eurogrupo estes têm que primeiramente provocar eleições antecipadas em Portugal tantas vezes quantas as que forem necessárias até que ganhe com maioria absoluta um Governo de ideologia neoliberal e aí sim já não irá haver problemas com o orçamento, desde que evidentemente este inclua todos os anos cortes nas pensões e salários e o respectivo aumento de impostos. Há várias maneiras de dominar os Povos, antigamente era pela força agora é através do empobrecimento calculado e consecutivo, mas por incrível que pareça existe muito boa gente que até aplaude!