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Banif. Quase uma centena de lesados contesta venda e exige indemnização

21 mar, 2016 - 14:01 • Sandra Afonso

"Contas apuradas até ao último alfinete". É uma acção para levar até às últimas consequências. Se não houver resposta da justiça portuguesa, os queixosos seguem para o Tribunal Europeu.

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Quase uma centena de lesados do Banif contesta em tribunal a venda do banco e exigem indemnização. Para já são 90 os clientes e accionistas que estão a impugnar a resolução do banco.

Miguel Reis, um dos advogados, que já tinha sido contratado por alguns dos lesados do BES, disse à Renascença que este número dever aumentar. “Temos mensagens de outras pessoas e, por isso, acreditamos que este número vai crescer por via do incidente de intervenção principal, que nós vamos adoptar, tal como adoptámos nas acções do BES”, explicou.

No final da passada semana foi entregue no Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa uma acção de Impugnação da resolução e venda aos espanhóis do Santander.

“Entendemos que não há fundamento para a resolução, que é uma medida desastrosa, tanto para os accionistas como para os demais investidores e, sobretudo, para o erário público. Assistimos a um paradoxo que é o de, por causa de um eventual incumprimento no pagamento de 125 milhões de euros dos tais produtos financeiros - da aplicação financeira no Banif-, se obrigar o Estado, também com fundamentos duvidosos, a envolver mais 2.250 milhões de euros, ainda por cima para prejudicar os accionistas e os demais investidores e para favorecer de forma descarada, já houve uma deputada que lhe chamou ‘criminosa’, um banco espanhol”.

Contas apuradas até ao último alfinete

O advogado Miguel Reis, diz que esta acção, contra as decisões tomadas pelo Banco de Portugal, é para levar até às últimas consequências. Se não tiverem uma resposta da justiça portuguesa seguem para o Tribunal Europeu.

“Seja no tribunal português, seja no Tribunal de Justiça, esta medida deve ser anulada. O objectivo dos nossos clientes é serem ressarcidos nos prejuízos que lhes causaram de forma desonesta e grotesca”, sublinha.

O advogado lembra que as pessoas mantiveram os investimentos no Banif e outras investiram depois de 2013, “porque as enganaram” e lhes disseram que era muito seguro ser sócio do Estado! Um Banco que tinha 12 mil milhões de activos e seis mil milhões de depósitos.

“Entre os depósitos e o valor dos activos há seis mil milhões de diferença! Nós queremos as contas e que sejam apuradas até ao último alfinete. Não podemos continuar a assaltar bancos de forma impune, não pode ser!”, garante.

Comentários
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  • João Teixeira
    21 mar, 2016 Viana do Castelo 23:11
    Já que o Estado não teve uma ação preventiva (auditoria ao banco), deveria ter agora uma ação corretiva-resolução defensora do direito dos cidadãos que foram lesados, sendo eles parte de Portugal e que são obrigados a pagar os impostos ao Estado, como cidadãos
  • Carolina T.
    21 mar, 2016 Areosa 22:43
    Acho bem partir para o tribunal, pois os pequenos acionistas perderam todas as economias do suor do seu trabalho árduo, enquanto o diretor do banco Banif sendo pessoas (competentes ) para o cargo que exerciam (salario), foram os responsáveis por esta situação, assim como o Banco de Portugal. Se fosse uma pequena empresa, já tinha uma vistoria. Se deixar de pagar os meus impostos, porque fui lesada, aí vão penhorar o que tenho até deixar sem casa porque não cumpri com os meus deveres, agora pergunto e aonde estão os meus direitos? Como não tinha direito a voto, mas apliquei o meu dinheiro, confiando no Estado e em quem representa va o Banco Banif, agora vejo-me numa situação muito complicada, para continuar a ser uma pessoa cumpridora, séria e honesta que foram sempre as minhas qualidades . Contem comigo para esta luta .
  • manuel rodrigues
    21 mar, 2016 Bragança 19:07
    Acho muito bem e apoia-se tal iniciativa com toda a força, apure-se a verdade isto, não é para fazerem o que bem entendem com o património dos clientes, obrigacionistas e acionistas.
  • Antonio Torres
    21 mar, 2016 Figueira da Foz. 18:37
    Não dá para entender como de um momento para o outro, alguém diz para os accionistas: "Você já não tem aqui nada". Demasiado simples não é?

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